EDUCAÇÃO

Inteligência artificial pode ser ferramenta de ensino, mostra estudo

Dados são de pesquisa inédita divulgada pelo Instituto Semesp

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Marcelo Aprígio

Publicado em 08/05/2024 às 10:49
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Três quartos dos professores concordam com a utilização da tecnologia e inteligência artificial como recursos educacionais.

Eles reconhecem que a tecnologia teve um impacto duplo na educação: positivamente, facilitando o acesso rápido à informação, e negativamente, contribuindo para a dispersão dos estudantes.

Essas constatações provêm da pesquisa inédita "Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil", divulgada nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Semesp, entidade que representa mantenedoras de instituições de ensino superior.

O estudo foi conduzido entre 18 e 31 de março de 2024, com a participação de 444 professores das redes pública e privada, abrangendo desde o ensino infantil até o médio, em todas as regiões do país.

De acordo com os resultados, 74,8% dos entrevistados concordam parcial ou totalmente com a incorporação da tecnologia e inteligência artificial no processo de ensino.

No entanto, apenas um pouco mais de um terço, 39,2%, afirmou utilizar sempre essas ferramentas no ensino.

Apesar de reconhecerem a importância dessas inovações, os professores também apontam problemas estruturais e pedagógicos que dificultam ou impedem a sua utilização nas escolas.

Questões como a falta de acesso à internet, a escassez de capacitação dos professores para o uso das tecnologias e a crescente dificuldade em manter a atenção dos alunos são alguns dos desafios mencionados.

Pouco menos da metade dos professores, 45,7%, respondeu que, na escola em que leciona, os professores e alunos têm acesso à tecnologia, como computadores, internet, etc. Outros 7% responderam que ainda não há acesso à tecnologia nas unidades de ensino nas quais trabalham.

INTERESSE DOS JOVENS

A pesquisa "Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil" integra a 14ª edição do "Mapa do Ensino Superior no Brasil", que compila dados oficiais coletados pelo próprio instituto para oferecer uma visão abrangente do panorama educacional do país.

Esta edição tem como foco principal os Cursos de Licenciaturas: cenários e perspectivas.

O mapa abrange informações de um levantamento realizado pelo Semesp sobre as preferências de carreira dos jovens.

De acordo com os resultados, na educação superior, a área de computação e tecnologias da informação e comunicação é a mais almejada (30,1%), seguida pela área de saúde e bem-estar (18,1%).

O curso de ciência da computação lidera o ranking, desejado por 11,5% dos jovens participantes do levantamento. Administração (10,8%), direito (3,8%) e medicina (3,4%) figuram logo em seguida.

Para promover a transição dos estudantes do ensino médio para o ensino superior, o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, propõe que as instituições possam acolher esses alunos em cursos técnicos.

Ele argumenta que isso poderia ser realizado por meio do programa Pé-de-Meia.

De acordo com o Semesp, o Pé-de-Meia terá um impacto positivo no aumento da taxa de conclusão do ensino médio e, consequentemente, mais estudantes serão incentivados a ingressar no ensino superior.

Lançado neste ano pelo governo federal, o programa consiste em uma espécie de poupança destinada a estudantes de baixa renda, visando estimulá-los a continuar os estudos, independentemente de questões financeiras.

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