Cultura popular

Jackson do Pandeiro será homenageado no 29º Festival de Inverno de Garanhuns

Jackson completaria 100 anos em 2019 caso estivesse vivo

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 13/06/2019 às 12:19
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O paraibano Jackson do Pandeiro será o grande homenageado do 29º Festival de Inverno de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Nascido em 31 de agosto de 1919, Jackson completaria 100 anos em 2019 caso estivesse vivo. Este ano, o FIG será entre os dias 18 e 27 de julho, em dezenas de polos na cidade.

"Jackson foi um gênio da nossa música e a escola de ritmos que criou influenciou e continua a influenciar gerações de artistas. As divisões rítmicas que criou com a voz, somado às batidas do seu pandeiro, ao mesmo tempo a uma poética diversificada, lhe conferem uma sofisticação e um lugar de destaque no hall dos maiores nomes da MPB", destaca o secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto.

O comunicado oficial à família de Jackson foi feito através do sobrinho dele, José Gomes, percussionista que também toca pandeiro, influenciado pela obra do tia. "Meu contato vem de berço, nasci no berço do forró, no berço do ritmo, e Jackson é uma grande influência nacional, é imenso para vários segmentos de artistas, até gente do rock, do samba, do pagode vem me dizer o quanto o admiram", relata.

História

Foi em Pernambuco que o artista consagrou seu nome e estourou para todo o País. Jackson do Pandeiro, que nasceu como José Gomes Filho, brincava de ser artista desde pequeno. Ele criou um personagem de filme de faroeste, o bandido Jack Perry. No futuro, o nome do personagem serviu para codinome artístico e ele virou Jack do Pandeiro.

Depois que o pai faleceu, ele mudou-se com a mãe, a cantadora de cocos Flora Mourão, para Campina Grande. Em Alagoa Grande, onde nasceu, já acompanhava Dona Flora em suas apresentações, tocando zabumba. Mas foi em Campina que começou a tocar pandeiro. A feira da cidade era o ponto de encontro com os emboladores de coco e repentistas.

Aos 17 anos, Jack foi tocar como percussionista do conjunto musical do Clube Ipiranga, em Campina Grande. Começou a fazer sucesso na cidade quando, já se assumindo como um artista solo, Jack do Pandeiro, começa a fazer dupla com José Lacerda, irmão mais velho de Genival Lacerda.

Antes de se mudar para o Recife, passou um tempo em João Pessoa, onde tocou em cabarés e depois foi contratado pela Rádio Tabajara, atuando com o nome artístico de Zé Jack. Quando chegou ao Recife, em 1948, foi trabalhar na Rádio Jornal do Commercio, quando foi convencido de mudar o nome para Jackson do Pandeiro.

Em 1953, formando dupla com o já famoso Rosil Cavalcanti, Jackson gravou seu primeiro disco. O compacto 78 rpm, lançado pelo selo Copacabana, continha as músicas que lançariam seu nome para todo o Brasil: Sebastiana, de autoria de Rosil; e Forró em Limoeiro, de Edgar Ferreira.