Equipamento

Autódromo de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, apresenta sinais de abandono

Espaço está com mato alto e foi alvo de vandalismo durante a pandemia

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 28/07/2020 às 15:39
Berg Santos/Rádio Jornal Caruaru
FOTO: Berg Santos/Rádio Jornal Caruaru

Inaugurado em 1992, o Autódromo Ayrton Senna, localizado em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, é o único do Estado. Com 3.180 metros de pista, torre de cronometragem de três andares e 34 boxes, o espaço é considerado um bom equipamento quanto às condições técnicas, como qualidade da pista, áreas de escape e segurança. Apesar disto, vem se deteriorando ao longo dos anos e prejudicando o automobilismo na região.

O maior evento recebido pelo autódromo é a Copa Truck, antiga Fórmula Truck, competição nacional que é regionalizada. Nos últimos dois anos, por motivos diversos, a edição Nordeste não aconteceu. Um dos pontos que prejudica a realização de eventos de grande porte no espaço é a falta de manutenção do local, situação agravada pela pandemia do novo coronavírus. Basta chegar no autódromo de Caruaru para notar os problemas: mato alto, muro e acesso danificados.

O presidente da Federação Pernambucana de Automobilismo, Carlos Teixeira, apontou que antes da pandemia havia dificuldades, mas o espaço funcionava. Com a paralisação, a situação se agravou. "Nós temos um equipamento muito bom, a conservação do autódromo é que está ruim. A prioridade hoje é a questão da covid-19, a gente entende isso, salvar vidas é o mais importante. Mas a requalificação é necessária. Existem categorias de grande porte que nos pedem para vir para cá, mas em função do estado atual da pista, não dá para assumir a responsabilidade para uma competição a nível nacional", destacou.

Como o espaço é administrado pelo município, Teixeira sugere que seja formada uma parceria público privada (PPP), envolvendo a iniciativa privada, a federação e a prefeitura, para tornar a gestão mais eficiente e o autódromo mais viável economicamente. "Estamos há bastante tempo reivindicando, é um processo legal, que se utiliza normalmente em equipamentos públicos e que tem uma triangulação, que envolve a prefeitura, um órgão de entidade e o interesse privado, que vai injetar dinheiro no negócio para que essa utilização seja muito mais bem aplicada", defendeu.

Vandalismo

Outro problema que afeta a área é a insegurança. Recentemente, o autódromo foi alvo de vandalismo e furto. Piloto há 20 anos, Thiago Melo, 39, foi um dos que contribuiu, junto com outros colegas, para fazer uma pequena reforma nos banheiros e no ambulatório no fim do ano passado. Porém, durante a pandemia, as bacias sanitárias foram roubadas, assim como alguns cabos de energia. O portão também foi danificado.

O piloto vê como "deplorável" a situação atual do autódromo, e espera que a prefeitura cumpra a promessa de requalificar o espaço. Alguns eventos, como uma corrida, já foram propostos para movimentar o local no pós-pandemia. "A gente entende que a situação dos municípios não é fácil, tem pouco dinheiro para tudo, e o automobilismo fica por último. Acompanho o autódromo desde o começo, e ao longo do tempo ele foi se acabando", lamentou.

A Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru (FCTC) afirmou, através de nota, que o autódromo está fechado temporariamente por causa da pandemia. A prefeitura disse ainda que as obras de requalificação do muro e do acesso, além de outros serviços de manutenção, serão realizados ainda neste semestre. A capinação deve ocorrer no final desta semana.

Bacias sanitárias foram furtadas dos banheiros
Bacias sanitárias foram furtadas dos banheiros
Berg Santos/Rádio Jornal Caruaru

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