Entrevista

Haddad sobre Paulo Guedes: É botar raposa para cuidar do galinheiro

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 10/10/2018 às 9:44

Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência da República
Foto: Ricardo Stuckert/divulgação

O candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) disse nesta quarta-feira (10) que o ministro da Fazenda em um eventual governo não será banqueiro, ao contrário, nas palavras dele, do economista Paulo Guedes, escolhido por Jair Bolsonaro (PSL) para o posto em um eventual governo. "É botar raposa para cuidar do galinheiro", disparou.

De acordo com o presidenciável, os ministros escolhidos deverão respeitar nordestinos, mulheres, a diversidade racial, os direitos sociais e trabalhistas, a ciência, a cultura e a educação. Haddad prometeu ainda que realizará uma reforma tributária. "Vamos fazer um ministério comprometido com o povo, que não corte direitos. É isso que me comprometo a fazer", afirmou.

As declarações foram dadas em entrevista na manhã desta quarta-feira (10) à Rádio Jornal Caruaru, no Agreste de Pernambuco. No Estado, Haddad conquistou 48,87% dos votos, contra 30,57% do candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

Falando sobre combate à corrupção, Haddad afirmou que os governos do PT realizaram 2 mil operações da Polícia Federal, enquanto os de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), realizaram apenas 40 operações. "O nosso governo foi o que mais apoiou a Polícia Federal na história do Brasil", disse. Sobre Lula, o candidato disse que espera que o ex-presidente tenha um julgamento justo. Para ele, é a Justiça que, após o julgamento do recurso, que soltará Lula.

No tema educação, Haddad reforçou que, quando era ministro da pasta, inaugurou 126 universidades públicas no País, uma delas em Caruaru, além de escolas técnicas e ônibus escolares. "As crianças do Nordeste eram transportadas em pau de arara", lamentou. Sobre geração de emprego, Fernando Haddad disse que através de uma reforma bancária e tributária irá baixar os impostos de quem ganha menos para estimular o consumo e fazer a economia girar.

Já a segurança pública será tratada pela Polícia Federal no combate ao crime organizado. "As facções criminosas estão atuando no País inteiro, não estão atuando mais em locais determinados", explicou. Haddad também reforçou que obras como a Transnordestina e a Transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, serão retomadas e concluídas.

Ouça a entrevista completa: