Investigações

Quadrilha morta pela PM na Paraíba era especializada em assaltos a bancos

As oito pessoas eram suspeitas de envolvimento na morte de um policial militar em Santa Cruz do Capibaribe

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 02/07/2019 às 14:28
Divulgação/Polícia Militar
FOTO: Divulgação/Polícia Militar

Os oito suspeitos de envolvimento na morte de um policial militar em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco, mortos na manhã desta terça-feira (2) durante uma operação das polícias de Pernambuco e da Paraíba, eram integrantes de uma quadrilha interestadual especializada em assaltos a bancos. De acordo com nota oficial divulgada pela Secretaria de Defesa Social (SDS), uma operação integrada encontrou os suspeitos no Sítio Boi Braco, zona rural, no limite entre os municípios paraibanos de Barra de São Miguel e Riacho de Santo Antônio.

Os suspeitos teriam reagido à investida e foram baleados pelos policiais. Todos os assaltantes morreram. A quadrilha era procurada na região desde essa segunda-feira (1º), quando praticou um assalto contra uma casa lotérica e um mercado no bairro Dona Lica, em Santa Cruz do Capibaribe (PE). Na fuga, o grupo foi perseguido e trocou tiros com dois policiais militares que iniciaram uma perseguição. Na confusão, o soldado André José da Silva, 32 anos, e o sargento Moacir Pereira, 47, foram baleados. O primeiro não resistiu e faleceu. O corpo é sepultado na tarde desta terça no município de Santa Maria do Cambucá, no Agreste pernambucano.

Durante a operação da Paraíba, morreram seis homens e duas mulheres. Foram apreendidos R$ 56 mil roubados, duas pistolas 380, dois revólveres 38 e uma espingarda calibre 12 de repetição, a mesma utilizada na ação do dia anterior. Na ação, um vereador do município de Betânia, no Sertão de Pernambuco, foi morto. Ele teria ido resgatar o irmão, conhecido como Galego de Lena, possível participante do assalto e do homicídio contra o policial.

Vereador Nanaca (PP) está entre os envolvidos mortos
Vereador Nanaca (PP), de Betânia, está entre os envolvidos mortos
Divulgação/Câmara de Betânia

Galego de Lena seria o líder, que é formado ainda por um primo deles, conhecido como Edys de Gevan. Estão ainda entre os oito suspeitos um homem conhecido como Wellington Cabeludo, também de Betânia, e uma mulher identificada como Jácia de Siba, que tinha um relacionamento com Galego de Lena. A SDS informou ainda que Wellington e Galego tinham mandados de prisão expedidos. O primeiro, por um assalto a uma lotérica na cidade de Carnaíba em 2018. O segundo, pelo sequestro de um funcionário do Bradesco em Custódia, também no ano passado.

"Os serviços de inteligência da PM monitoravam a quadrilha e, às 3h30 desta madrugada, o restante do grupo, quatro suspeitos em dois carros, chegou ao local para resgatar os demais. Foi quando se iniciou o confronto. Tentou-se a rendição, mas como já é uma prática desse tipo de criminosos, eles atentaram contra a vida dos policiais. Socorremos feridos para uma unidade de pronto atendimento, mas não resistiram. Eram bandidos extremamente perigosos e, pelas informações iniciais, envolvidos em diversos assaltos a bancos, como um em Belo Jardim e outro anterior em Santa Cruz do Capibaribe", relatou o tenente-coronel Lúcio Flávio de Campos, comandante do 24° Batalhão da PM.

Ação integrada

Além do 24° BPM, o Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (Bepi), o Grupamento Tático Aéreo da SDS (GTA), a Delegacia de Santa Cruz do Capibaribe e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) participaram da ação por Pernambuco. Pela Paraíba, estiveram envolvidas as Polícias Militar e Civil do estado. Os materiais apreendidos foram encaminhados à 21ª Delegacia de Polícia de Homicídios, em Santa Cruz do Capibaribe, que dará andamento às investigações.