Política

Bolsonaro acredita que manchas de óleo foram despejadas "criminosamente"

Declaração foi feita em pronunciamento realizado nesta terça-feira (8)

Pedro Hierro
Pedro Hierro
Publicado em 08/10/2019 às 15:25
José Cruz/Agência Brasil
FOTO: José Cruz/Agência Brasil

 As manchas de óleo que atingiram o litoral de todos os estados do Nordeste, trouxeram com si, dúvidas na população sobre a origem dessa substância. O presidente Jair Bolsonaro se pronunciou nesta terça-feira (08) e falou que as manchas que afetam o nordeste desde o mês passado, podem ter sido despejadas “criminosamente”. 

“É um volume que não está sendo constante. Se fosse de um navio que tivesse afundado estaria saindo ainda óleo. Parece que criminosamente algo foi despejado lá”, comentou o presidente ao sair do Palácio da Alvorada, após reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales. 

As manchas são de petróleo cru e não provém de nenhum derivado de óleo, como a gasolina. Mais de 100 toneladas de borra de petróleo foram recolhidas, de acordo com o ministro Ricardo Salles. “Nosso papel é agir rápido para retirar aquilo que está em solo” relatou. Salles também explicou o movimento do óleo, que vem sendo de ida e volta do mar para o litoral.

 No último sábado (05), Bolsonaro decretou que as causas do derramamento de óleo e seu possível responsável fossem investigadas Nesta terça, quando perguntado, o presidente preferiu não apontar culpados. “Eu não posso acusar um país e vai que não é aquele vai, eu não quero criar um problema com outros países”.

Manchas podem afetar vida animal

Com o avanço das manchas de óleo no Nordeste, biólogos acreditam que a poluição possa interferir na reprodução de Baleias e Golfinhos, que procuram a área nesta época do ano. O risco que o material oferece aos animais é grande e pode chegar a matar.

Em entrevista ao Portal NE10 Interior, o biólogo e professor de biologia Marcelo Bezerra, as manchas de óleo na superfície das águas podem afetar a respiração dos animais. "Mamíferos que vão para áreas mais costeiras, principalmente no período de acasalamento ou no período de desova mesmo, onde esses animais vão parir, precisam constantemente da superfície para poder respirar. Então, o grande perigo é para a baleia jubarte, que usa dessas águas do atlântico aqui do Nordeste para poder fazer o seu acasalamento, a sua reprodução. A gente tem golfinhos também que fazem esse processo. Então essa camada de óleo na superfície da água vai comprometer o mecanismo de oxigenação desses animais", comenta.