Caso Beatriz

Família de Beatriz diz que polícia teria atrapalhado investigações

Segundo investigação particular dos familiares da menina, houve um desvio de função dos agentes

Marilia Pessoa Marilia Pessoa
Marilia Pessoa
Marilia Pessoa
Publicado em 16/10/2019 às 11:12
Arquivo pessoal
FOTO: Arquivo pessoal

A família de Beatriz Mota, menina que foi morta dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora em 2015 em Petrolina, no sertão do estado, afirmou que uma investigação particular apontou que os agentes da polícia estariam atrapalhando as investigações do caso. Esse apontamento foi trazido por Sandro Romilton, pai da menina, nesta quarta-feira. 

De acordo com ele, há um desvio de função dos agentes. “Na nossa investigação paralela, a gente descobriu coisas que nem gostaria de falar. Está tendo certo desvio de função. A gente está descobrindo que alguns agentes que participaram da investigação de Beatriz, de uma certa maneira, atrapalharam as investigações”, revelou em uma entrevista na Rádio Jornal Petrolina.

Segundo Sandro, um dos indícios da interferência dos policias foi o surgimento de linhas de investigação falsas para atrapalhar o trabalho policial. “Estamos em estado de choque, a gente espera que os agentes públicos trabalhem não em benefício próprio. As pessoas que deveriam ser as responsáveis pela elucidação procuram tirar proveito próprio, procuraram tirar algum lucro. Esperamos uma reação forte do Estado e procurar punir os verdadeiros culpados”, afirmou.

A mãe de Beatriz, Lucinha Mota, foi ao Recife para protocolar a denúncia na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) e ela também pretende acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). As informações são do blog de Waldiney Passos, parceiro do Portal NE10 Interior.

Em nota ao blog do Waldiney Passos, a Polícia Civil de Pernambuco afirmou que a instituição continua empenhada na elucidação do caso.

Leia a nota na íntegra:

"A Polícia Civil de Pernambuco informa que continua empenhada na elucidação do caso. O Chefe de Polícia Civil, através da Portaria no 235, de 09/09/2019-GAB, não só manteve a Delegada Polyanna Neri na presidência do Inquérito Policial, com dedicação exclusiva, como, atendendo ao pedido da própria Delegada, instituiu uma Força Tarefa composta de mais 03 Delegados de Polícia e suas respectivas equipes, todos com experiência na investigação de homicídios; além disso, reforçou a equipe da referida Autoridade Policial, com Policiais Civis indicados pela própria Delegada. Quanto à investigação, que corre em segredo de justiça, a Delegada e a Força Tarefa se pronunciarão apenas na conclusão dos trabalhos".

Relembre o caso Beatriz

Beatriz Mota foi morta aos sete anos de idade com 42 facadas no dia 10 de dezembro de 2015, dentro de uma sala desativada no colégio particular em que estudava. A festa de formatura da irmã mais velha da criança era realizada na instituição de ensino e havia várias pessoas no colégio. Em um dado momento, a menina se afastou dos pais para beber água e não voltou mais. O corpo foi encontrado cerca de 30 minutos depois.

Alisson Henrique foi considerado suspeito de apagar as imagens das câmeras de segurança da escola que mostravam o suposto autor do homicídio. A defesa dele citou que a polícia "usou Alisson como bode expiatório para poupar um erro" e que o HD com imagens do circuito do colégio "foi apagado pela polícia por um sistema incompatível".