Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) localizou uma mancha de óleo de cerca de 200 km², nas proximidades do sul da Bahia. A descoberta aconteceu através de uma imagem gerada pelo satélite da Agência Espacial Europeia e essa é a primeira vez que o derivado de petróleo é localizado na superfície do mar e não nas praias nordestinas.
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As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo e, de acordo com a pesquisa, é possível que a origem do material que atinge a costa nordestina seja detectada a partir deste vazamento de grandes proporções.
Segundo o professor do departamento de geologia da UFRJ e especialista em sensoriamento, a técnica que verificou a mancha é confiável. “O radar é muito sensível a ver rugosidade e lisura. O óleo é muito liso em comparação com a água do mar, que tem ondulações. Onde tem óleo, a água fica muito lisa. Esta é uma técnica consagrada para verificar se existe mancha de óleo”, explicou.
Ainda de acordo com Seoane, os danos que a mancha pode causar são “gigantescos”. Os pesquisadores desacreditam que a mancha pode atingir o sudeste do país e apontam que é mais provável que ela se volte antes para a costa nordestina novamente.
“Esta é sim uma ameaça a Abrolhos (litoral da Bahia) e ao continente. Estamos esperançosos que, neste curto tempo de aviso que demos, a mancha possa ser contida costa afora, pelos navios da Marinha ou de quem puder ajudar neste serviço”, afirmou.
Material ameaça reprodução de animais
As manchas de petróleo que atingem a região costeira de cerca de 268 praias nordestinas não possuem origem conhecida, entretanto, os efeitos já começam a preocupar biólogos e demais pesquisadores da área. Entre os estados afetados pelo material estão Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Pelo menos oito animais já morreram sufocados.
Com o avanço das manchas de óleo no Nordeste, biólogos acreditam que a poluição possa interferir na reprodução de Baleias e Golfinhos, que procuram a área nesta época do ano. O risco que o material oferece aos animais é grande e pode chegar a matar.
Em entrevista ao Portal NE10 Interior, o biólogo e professor de biologia Marcelo Bezerra, as manchas de óleo na superfície das águas podem afetar a respiração dos animais. "Mamíferos que vão para áreas mais costeiras, principalmente no período de acasalamento ou no período de desova mesmo, onde esses animais vão parir, precisam constantemente da superfície para poder respirar. Então, o grande perigo é para a baleia jubarte, que usa dessas águas do atlântico aqui do Nordeste para poder fazer o seu acasalamento, a sua reprodução. A gente tem golfinhos também que fazem esse processo. Então essa camada de óleo na superfície da água vai comprometer o mecanismo de oxigenação desses animais", comenta.