Inquérito

Delegado diz que motorista que causou acidente em Taquaritinga teria ingerido bebida alcoólica

João Carlos Lins pediu prisão preventiva do médico suspeito

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 13/11/2019 às 17:49
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

O delegado João Carlos Lins, responsável pelo inquérito que apura as circunstâncias do acidente que vitimou três pessoas na BR-104, em Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, informou em coletiva de imprensa que o motorista da caminhonete, um médico, teria ingerido bebida alcoólica. Além disto, o médico estaria a 100 km/h, quando a velocidade máxima permitida no quilômetro 13,5, local do acidente, é 80 km/h. Ele ainda teria desrespeitado a placa que proíbe ultrapassagem no trecho.

"Ele teria ingerido bebida alcoólica, ao qual posteriormente adentrou na BR-104 com excesso de velocidade, desrespeitando toda uma sinalização vertical que tinha na área", disse o delegado. O acidente deixou três pessoas mortas e duas pessoas gravemente feridas. O inquérito, que tem 190 páginas, foi concluído com o indiciamento do médico por homicídio doloso (dolo eventual). O delegado pediu a prisão preventiva do médico.

O acidente teria acontecido quando o motorista da caminhonete forçou a ultrapassagem da moto, fazendo com que o motociclista se desequilibrasse e caísse. Em seguida, colidiu com outro carro. A esposa do motociclista morreu, assim como pai e filha que estavam no carro. Uma jovem de 19 anos que pegava uma carona no carro continua internada e deve ficar com sequelas.

"Ele tirou um pedaço de dentro de mim, eu quero muito que a Justiça seja feita, estamos correndo atrás disso", lamentou o pai da mulher que estava na moto, Boás Santos. A família das outras duas vítimas também aguarda o desenrolar do caso. "Ele causou um dano extremo à nossa família, não só a gente, a três outras famílias de pessoas que também foram vítimas desse acidente, e a gente está aguardando que a Justiça seja feita", disse o primo de outra vítima, Ítalo Casé.

Defesa discorda de pedido de prisão

A defesa do médico não concorda com o pedido de prisão preventiva feito pelo delegado. "Ele nunca se evadiu daqui, do local de onde ele mora, sempre trabalhou nos endereços onde ele presta seu trabalho como médico, desde o dia do fato até a data de hoje, o que distorce por completo a motivação que o delegado de polícia o levou a pedir a prisão preventiva. É um direito do delegado, requisitar essa prisão preventiva. No entanto, quem decide é a Justiça", disse o advogado Gláucio Fernandes.