Saúde

Retenção de macas em hospitais causa transtornos no Agreste de PE

Problema ocorre por causa da falta de leitos

Carolina Pinto
Carolina Pinto
Publicado em 07/01/2020 às 19:53
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

A cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, tem três hospitais estaduais de grande porte: o Regional do Agreste, o Mestre Vitalino e a Maternidade Fusam. Juntas, as unidades de saúde têm quase 600 leitos. Porém, a quantidade não tem sido suficiente. Muitos pacientes são transferidos em ambulâncias para as unidades e as macas utilizadas para a transferência ficam nos hospitais, servindo como leitos.

A maioria das macas retidas está no Hospital Regional do Agreste. A unidade tem um depósito em que as macas foram deixadas: no próprio equipamento tem o nome das cidades. Isto acaba prejudicando a remoção e transferência de pacientes. "Caruaru recebe mais de 50 cidades, então as macas vão ficando e vão sendo liberadas quando os pacientes têm alta ou entram em óbito, quando as cidades vêm buscar novamente. Isso causa um transtorno grave", relatou o diretor do Cremepe, Paulo Maciel.

"Por falta de uma enfermaria que tenha mais leitos eles usam as macas e isso prejudica muito, porque uma transferência de um paciente grave, que precise de uma remoção de uma unidade para a outra, só acontece com a maca, até porque as unidades não aceitam o paciente quando eles vão sem maca", contou o membro do Conselho Municipal de Saúde Carlos Roberto.

Com a retenção das macas em Caruaru, os municípios menores ficam sem o equipamento para fazer a transferência de pacientes. Outro problema é a falta de macas também na cidade. Muitas vezes elas ficam retidas em hospitais do Recife.

"A gente tem até um número de macas suficientes. Se elas não estivessem sendo retidas, isso atenderia nossa demanda. A gente já chegou a segurar alguns pacientes em sala vermelho porque não tinha maca", disse o secretário de Saúde de Caruaru, Francisco Santos.

Falta de leitos

O problema da retenção de macas no Agreste do Estado ocorre devido à falta de leitos nos hospitais. Em Caruaru, por exemplo, a última vez que leitos foram criados foi em 2014, com a inauguração do Mestre Vitalino. Para atender toda a demanda da região seriam necessários de três a seis leitos para cada mil habitantes, mas hoje a média é de 1,5 para cada mil habitantes. O número de leitos não aumenta, enquanto a população continua crescendo.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que orienta as unidades da rede estadual para que façam a liberação das macas de ambulâncias no menor período de tempo possível. Segundo a secretaria, essa retenção só ocorre quando a assistência ao paciente precisa ser feita com urgência e o hospital não possui naquele momento, devido à grande demanda por atendimento, uma maca disponível. A SES informou ainda que esta "é uma preocupação constante da pasta e que o serviços têm atuado para dar celeridade nas liberações".