Obra

Abandonada, obra do Complexo da Polícia Científica teve boa parte da estrutura roubada

Construção começou em 2011 e até agora não foi finalizada

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 05/08/2020 às 16:13
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

O Complexo da Polícia Científica de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, deveria abrigar o Instituto de Criminalística, o Instituto de Medicina Legal (IML) e o Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), para auxiliar nas investigações de crimes na região. As obras começaram em 2011 e estão orçadas em mais de R$ 4 milhões.

A estrutura estava quase pronta, mas a construção foi paralisada. Sem finalização nem entrega, o prédio foi se deteriorando ao longo dos anos. Alvo de furtos, o espaço ficou destruído, e os únicos seres vivos que frequentam o local são morcegos e insetos. No entorno, o mato está alto, demonstrando mais ainda o abandono.

"O Governo do Estado não se mobiliza em absolutamente nada para solucionar esse problema, e pior, o estado de abandono só faz com que as poucas coisas que ainda restam na estrutura estejam sendo surrupiadas. Agora não resta mais nada a não ser as telhas, que também estão sendo levadas", lamenta o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rafael Cavalcanti.

O representante do sindicato diz que o dinheiro público não está sendo aplicado como deveria. "A gente não pode admitir que uma obra tão relevante para que a gente possa investigar e solucionar mais crimes seja tratada dessa forma, há quase 10 anos abandonada", disse.

Com as infiltrações, o teto de gesso caiu e o reboco da parede cedeu. Os objetos furtados vão de esquadrilhas de alumínio até os vasos sanitários. "Era uma estrutura que estava praticamente pronta, nós já tínhamos até ar-condicionados split instalados, além de privadas, pias, interruptores, portas e esquadrilhos de alumínio com janelas, nada disso sobrou", apontou Cavalcanti.

Improviso

Atualmente, o IML funciona no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), no Hospital Regional do Agreste. Segundo o presidente do Sinpol, o espaço é improvisado: "A gente tem que alugar câmaras de conteiners para colocar corpos, e muitas vezes esses corpos não têm condições de ficar aqui e precisar ser mandados para Recife".

Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que a conclusão das obras do Complexo de Polícia Científica de Caruaru é uma prioridade da gestão. A pasta informou que o projeto executivo do remanescente da obra foi finalizado e a licitação para a contratação da empresa de engenharia responsável está sendo readequada.

A SDS disse ainda que devido à paralisação das atividades durante a pandemia da covid-19, o cronograma de obras está passando por uma reformulação.