História

Como aconteceu a Independência do Brasil? Relembre os fatos principais

Conforme registrado na história oficial, D.Pedro gritou às margens do Rio Ipiranga: "Independência ou morte!"

Pedro Augusto
Pedro Augusto
Publicado em 07/09/2020 às 8:51 | Atualizado em 03/10/2022 às 14:11
Proclamação da Independência, de François-René Moreaux (1844)
FOTO: Proclamação da Independência, de François-René Moreaux (1844)

Nesta segunda-feira (07) é dia de se comemorar, em todo o país, um dos marcos mais importantes da história nacional: a Independência da Brasil. Seja em qualquer época da vida escolar, o certo é que os brasileiros foram apresentados e aprenderam sobre esta data, que simplesmente modificou os rumos da sua nação e até hoje é comemorada com desfiles cívicos, hasteamentos de bandeiras e até celebrações eucarísticas.

Quem não recorda mais dos ensinamentos repassados nas aulas de história, o NE 10 Interior dá aquela forcinha para atualização da memória, nesta matéria, que relembra os fatos interessantes que permeiam o tradicional 7 de Setembro. Para isso, a plataforma consultou o historiador José Urbano - um dos mais gabaritados profissionais da área, em Caruaru, no Agreste pernambucano.

Primeiro, o historiador fez uma análise sobre a representatividade da data. "Na minha percepção, o dia 7 de Setembro é a culminância do que havia ocorrido oito meses antes, ou seja, a atitude do príncipe regente D. Pedro I, no episódio ocorrido em 9 de janeiro de 1822, conhecido como o Dia do Fico. Ali, começou a ruptura com Portugal e a ideia foi amadurecida nos meses seguintes. A decisão em 7 de Setembro de 1822 foi o gesto conclusivo. D. Pedro nasceu para mandar, não aceitava ordens. E impôs a sua decisão!"

A história nos conta que no dia 7 de setembro, quando retornava ao Rio de Janeiro, o príncipe D. Pedro I foi informado, em São Paulo, que as Cortes portuguesas tinham anulado todos os atos do gabinte de seu integrante de governo, José Bonifácio, e removido o restante de poder que ele ainda tinha. Desta forma, Pedro voltou-se para seus companheiros, que incluiu sua Guarda de Honra e falou: "Amigos, as Cortes portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje, as nossas relações estão quebradas. Nenhum vínculo unir-nos mais".

D. Pedro continuou depois arrancando a braçadeira azul e branca que simbolizava Portugal: "Tirem suas braçadeiras, soldados. Viva a independência, à liberdade e à separação do Brasil." Ele desembainhou sua espada afirmando que: "Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade" e gritou: "Independência ou morte!". Este evento é lembrado como Grito do Ipiranga por ter sido feito, conforme registrado na história oficial, às margens do Rio Ipiranga.

O 7 de setembro não encerrou o processo de Independência do Brasil. Esse processo seguiu-se com uma guerra de independência e nos meses seguintes acontecimentos importantes ocorreram, como a aclamação de D. Pedro como imperador do Brasil, no dia 12 de outubro, e sua coroação que aconteceu no dia 1º de dezembro.

Ainda sobre a data, o professor José Urbano, chamou a atenção para a participação determinante da esposa de D. Pedro I, Maria Leopoldina, a Imperatriz Consorte do Brasil, no processo da Independência do Brasil. "Leopoldina esteve a par de todo o processo político, convocou uma reunião emergencial para as diretrizes pós-independência, decidiu as cores da bandeira e o mais incrível: foi dela, a primeira assinatura no documento da independência. Portanto, nossa independência nasceu feminina! Quando faleceu, foi sepultada vestida de imperatriz, na roupa bordada com fios de ouro!".

Desfile Cívico

Conforme dita a tradição, em comemorações ao dia 7 de Setembro - feriado nacional - desfiles cívicos, hasteamentos de bandeiras e celebrações eucarísticas, são sempre realizados na data. Neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus, os desfiles acabaram sendo suspensos em todo o país, com o objetivo de se evitar maiores aglomerações.

Mas, você recorda o porquê dos desfiles cívicos serem realizados justamente neste dia? Quem responde é o professor Urbano: "As principais nações do mundo fazem desfile cívico na data de independência, a exemplo da Rússia e dos Estados Unidos. Ele reforça o sentimento de nacionalismo e nos propõe a rever fatos importantes pelo viés da história. Cidadania, ética e consciência social por dias melhores para todos nós! Viva a independência, viva o Brasil!".