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“Cachorro na rua tem que matar”, declara vereador durante votação de projeto

Ministério Público diz que vereador pode responder por apologia ou incitação ao crime.

Eduarda Cabral
Eduarda Cabral
Publicado em 23/04/2021 às 9:05
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Em Reunião da Câmara Municipal de João Pinheiro, em Minas Gerais, o vereador Eli Corrêa (DEM) defendeu a morte de animais que vivem em situação de rua. A declaração está sendo investigada pelo Ministério Público.

As afirmações polêmicas do vereador foram feitas depois que outro parlamentar apresentou um projeto para diminuir a crueldade contra os animais da cidade, com iniciativas que envolvem conscientização de crianças, no mês que é considerado o da prevenção à violência contra animais.

"Cachorro na rua tem é que matar, cachorro em rua do jeito que vemos por toda banda, com problema e doença, amontoado, trazendo doença para população. (...) Cachorro de rua para mim é perder tempo. Eu, se passar por cima de um cachorro, nem olho para trás, penso que não tem dono", afirmou o parlamentar sobre seu comportamento caso chegasse a atropelar um cão.

Corrêa chegou a criticar iniciativas de resgate de forma pejorativa. "Quando tinha uma carrocinha de catar cachorro, doente morrendo, só ficava aquele que tinha certeza que era saudável, o resto morria tudo", declarou.

Apologia ao crime

De acordo com o UOL, o caso está sendo apurado pelo Ministério Público. A promotora Luciana Imaculada de Paula destacou que, a partir da declaração, o vereador pode responder por apologia ou incitação ao crime. 

"Recebemos a representação por parte do deputado. Ela será enviada ao promotor de Justiça de João Pinheiro para análise e providências no âmbito de suas atribuições criminais", explicou. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que ainda não foi notificada sobre o caso.