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Dia do Sertanejo: data comemora a cultura de um povo marcado pela coragem e pela luta

Além das características climáticas, o Sertão também se apresenta ao mundo com sua cultura e costumes únicos.

Eduarda Cabral
Eduarda Cabral
Publicado em 03/05/2021 às 13:20
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

O Sertão é uma das quatro sub-regiões do Nordeste brasileiro, sendo a maior em área territorial, se estendendo pelos estados Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A região é conhecida pelo seu baixo índice pluviométrico, com escassez de chuvas e estiagem em algumas épocas do ano. No entanto, o Sertão também é mundialmente conhecido pelas características de um povo que ao longo da história tem moldado a sua cultura.

No dia 3 de maio é comemorado o Dia do Sertanejo. A data foi instituída na década de 60, como uma homenagem da Rádio Aparecida, de São Paulo, ao povo sertanejo que frequentava o santuário em devoção à Nossa Senhora Aparecida. Apesar de ser conhecido por causa das secas e das representações da luta de um povo, o Sertão é símbolo de pessoas fortes, que assim como a vegetação da Caatinga, se renovam e são resistentes às dificuldades.

Música e cultura

O forró e o xaxado são estilos musicais característicos do Sertão. A dança, que consiste em arrastar o pé no chão, ganhou força e foi propagada pelo cangaceiro Virgulino, o Lampião. Não é à toa que o "Rei do Baião", Luiz Gonzaga, saiu de Exu, em Pernambuco, e fez sucesso em todo o mundo com canções inspiradas na cultura nordestina. 

Falar em Luiz Gonzaga e Lampião é recordar elementos característicos do Sertão, como o chapéu de couro, o gibão e a sandália de couro. Estes elementos feitos de couro são muito utilizados na região e marcam a cultura sertaneja porque oferecem uma proteção maior contra o sol e os espinhos da Caatinga. Estas características são retratadas também por meio de muitas histórias de cangaceiros e sertanejos em xilogravuras e no cordel. 

Chapéu de Couro
Chapéu de Couro
Reprodução/Piterest

Sertanejos do nosso tempo

Para além dos ícones sertanejos que marcam a cultura do Sertão nordestino, a região também dá destaque a diversas história inspiradoras da nossa atualidade. Seja no empreendedorismo ou na solidariedade, o povo do Sertão prova ser batalhador e unido. 

Uma das histórias inspiradoras do Sertão pernambucano é a dos professores da rede estadual de ensino de Cabrobó, que construíram um trabalho com os alunos que resultou em um livro, intitulado “Diário da pandemia: histórias de um tempo vivido”. O livro tem 80 páginas e foi escrito no formato de diário com relatos de 32 alunos, que contaram sesus desafios no aprendizado durante a pandemia e as aulas remotas. 

Ainda falando sobre ensino, uma iniciativa de Petrolina, do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFPE), ganhou repercussão nacional pela inovação, criatividade e qualidade do trabalho. Em 2021, pela primeira vez, o IFPE do Sertão registrou e lançou uma cerveja desenvolvida no próprio laboratório. A cerveja com mel silvestre foi intitulada comercialmente como "Royal Honey Beer" pela cervejaria PROA, que registrou o produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a empresa Rei do Mel.

Recentemente, uma história de superação também ganhou destaque, desta vez no mundo do empreendedorismo. Klébio Paiva de 44 anos, paraibano que era morador de rua e hoje é subgerente de um supermercado em Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco. Klébio conseguiu superar várias adversidades, trabalhou em várias empresas, se formou em direito, mas ainda estava em busca do seu desafio profissional. Em 2017 ele foi contratado pelo Assaí, começou como empilhador, mas aprendeu que com trabalho e esforço conseguiria atingir uma vida melhor.

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