Após a deflagração de uma operação pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para procurar supostas músicas inéditas do cantor Renato Russo, o ex-produtor dos discos solo do vocalista da Legião Urbana, Carlos Trilha, afirmou que não existem canções inéditas do cantor, apenas rascunhos de poemas e letras em cadernos.
A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na última segunda-feira (26) dentro da operação "Será", uma referência a uma das músicas da banda. As supostas canções inéditas estariam com o jornalista Marcelo Fróes, que produziu três álbuns póstumos de Renato Russo.
A operação foi deflagrada após denúncias feitas pelo filho de Renato, Giuliano Manfredini, que é responsável pelo espólio do pai. Foram apreendidas cerca de 30 composições, assim como HDs, computadores e o celular do jornalista.
À Folha de S.Paulo, Carlos Trilha disse que é improvável que haja algum conteúdo novo que não tenha sido visto pela equipe da Legião Urbana. O produtor afirma que as canções que existiam foram lançadas no álbum póstumo "Uma Outra Estação" (1997), alguns meses depois da morte de Renato Russo, e no disco "Último Solo".
Músicas inacabadas
O produtor revelou ainda que há alguns conteúdos residuais, como músicas não acabadas e gravações do cantor com a voz desafinada, mas que o material é privado e não será publicado em respeito à memória do cantor.
Trilha contou ainda que Fróes comentou com ele que havia letras e poesias inéditas de Renato, mas nenhuma estaria musicada. O jornalista teria encontrado o material durante visita ao antigo apartamento do cantor em Ipanema, no Rio, enquanto fazia pesquisas para o filme "Somos Tão Jovens".
O cantor Renato Russo morreu em 1996 aos 36 anos, por causa de complicações provocadas pelo HIV.
*Com informações de Folha de S.Paulo