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Raimundo Nonato, artilheiro do Sertão, vai em busca da terceira medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos

O jogador integra o time da Seleção Brasileira de Futebol de 5, modalidade exclusiva para cegos ou deficientes visuais.

Eduarda Cabral
Eduarda Cabral
Publicado em 16/07/2021 às 12:55
Reprodução/Arquivo pessoal
FOTO: Reprodução/Arquivo pessoal

Na contagem regressiva para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, representantes brasileiros se preparam para a competição, que começa em agosto. Um dos 253 atletas convocados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para o mundial é Raimundo Nonato, que mora na cidade de Petrolina, Sertão de Pernambuco. O jogador da Seleção Brasileira de Futebol de 5 vai em busca da terceira medalha de ouro em uma paralimpíada.

A história de Nonato com o esporte começou quando ele ainda era criança, jogando com amigos na cidade em que ele nasceu, Orocó, também no Sertão. Foi aos 23 anos que ele conheceu a modalidade que compete hoje profissionalmente. "Eu brincava com meus amigos nos campos de terra lá em Orocó e desde criança tinha essa paixão. Foi em 2010 que fui convidado por um amigo para conhecer o Futebol de 5", contou o atleta.

Um tempo depois, Nonato se mudou para Petrolina, onde começou a treinar profissionalmente. Em 2011, ele começou a participar de competições a nível nacional e foi visto por um auxiliar técnico da Seleção Brasileira, que o convocou para a equipe que representa o país. 

Durante esses anos, o atleta já conquistou diversos títulos pela seleção, sendo eles os Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, e do Rio, em 2016, a Copa América nos anos de 2013, na Argentina, e 2019, em São Paulo. O atleta também tem duas vitórias no Campeonato Mundial, em 2014, em Tóquio, e 2018, em Madrid, e outras duas vitórias nos jogos Parapan-americanos, em Toronto, em 2015, e em Lima, em 2019. Além disso, Nonato acumula nove títulos individuais como melhor artilheiro em campeonatos nacionais e internacionais

Preparação para Tóquio

O Futebol de 5 é uma modalidade exclusiva para cegos ou deficientes visuais. As partidas costumam ser realizadas em uma quadra de futsal adaptada e a bola tem guizos interno, que fazem sons para ajudar os atletas a localizá-la. A torcida que assiste às partidas só pode se manifestar na hora do gol. Nonato é um dos atletas de referência da categoria e não à toa foi convocado para sua terceira participação em uma paralimpíada. 

O paratleta afirma que a expetativa para os Jogos Paralímpicos deste ano é grande, já que duas grandes experiências profissionais da sua vida foram marcadas pela participação em torneios paralímpicos internacionais. "Vários campeonatos me marcaram, mas eu poderia destacar a minha primeira competição, que foi nas Paralimpíadas de Londres, em 2012. Tudo era novo e foi muito especial. A do Rio, em 2016, também foi muito bacana, com a torcida presente e torcendo em casa", contou. 

A preparação inclui treinamento individual e com a equipe. "A expectativa é muito grande, principalmente por causa do adiamento, já que os jogos deveriam ter acontecido ano passado e foram adiados por causa da pandemia. Mas estamos trabalhando firme para brigar por mais uma medalha de ouro", disse Nonato, confiante. 

Família e inspiração

Antes de embarcar de vez para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, o atleta, que está em São Paulo, vai passar alguns dias em casa, na cidade de Petrolina. Será uma oportunidade de rever a esposa, com quem é casado há quase quatro anos, e do filho, que tem um ano e sete meses. 

"A saudade da família é muito grande. Quando eu viajo sinto muita saudade deles, mas isso me serve de inspiração para que eu retorne pra casa com vitórias e conquistas pra tentar compensar esse tempo que a gente passa distante", comentou.

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