Maradona engole a arrogância após o massacre alemão

Por Eliaquim Oliveira
Por Eliaquim Oliveira
Publicado em 06/07/2010 às 7:08

Na última sexta-feira (02), eu estava em Palmares, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, fazendo uma reportagem sobre os trabalhos de reconstrução da cidade, após as enchentes que assolaram o Estado e atingiram quase 70 municípios.

O cenário de destruição contrastava com a vontade da população de tentar recomeçar do zero. Quem perdeu tudo na cheia terá muito trabalho pela frente para se reerguer. Nada como um dia após o outro para curar as feridas.

Por causa desta reportagem não pude ver pela TV o jogo entre Brasil x Holanda, pelas quartas de final da Copa do Mundo. Na viagem de volta ouvimos o primeiro tempo pelo rádio. Vibramos muito com o gol de Robinho. Cheguei a tempo de assistir a segunda etapa da partida, mas antes não tivesse chegado.

Maradona teve que engolir toda sua arrogância e também voltar pra casa mais cedo.

Depois de um primeiro tempo primoroso a nossa Seleção voltou ao gramado apática, nervosa, cometendo erros bobos. Erros estes que custaram a permanência na Copa. Os holandeses viraram o jogo e adiaram o sonho do hexa para 2014. A laranja azedou o caldinho brasileiro.

A tristeza caiu sobre todos, mas no dia seguinte veio a felicidade. Aquele versículo bíblico ilustra bem este sentimento: ”O choro dura uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer”.

Pois é. O motivo de toda essa alegria foi o chocolate, a lapada, a surra, o massacre que a Alemanha impôs diante da Argentina. Nossos hermanos tomaram um verdadeiro sacode: 4x0. Maradona teve que engolir toda sua arrogância e também voltar pra casa mais cedo.

É claro que queríamos ver a seleção brasileira trazendo a tão esperada sexta taça pra nós. Pena que não se pode ganhar sempre. Mas assistir a derrota dos argentinos e da maneira como aconteceu, foi o melhor momento da Copa.

Melhor que qualquer vitória ou gol brasileiro. Por isso repito: nada como um dia após o outro.

Se num dia a laranja azedou nosso sonho de hexa, no outro foram os alemães que colocaram água no Chopp argentino.

Um abraço e até a próxima!