OPERAÇÃO

Quadrilha liderada por detento é presa por tráfico e mortes

do Jornal do Commercio
do Jornal do Commercio
Publicado em 22/09/2010 às 9:47

Operação coordenada pela Delegacia de Escada, na Zona da Mata, iniciada na última sexta-feira, terminou ontem com um total de 29 pessoas presas sob acusação de tráfico e homicídio. A ação policial aconteceu três meses depois de iniciadas as investigações a uma quadrilha que seria liderada por um detento do Presídio Aníbal Bruno, no Sancho, Zona Oeste do Recife.

Somente ontem, os cerca de 80 policiais que participaram da operação, batizada de Abelha Rainha, prenderam 18 pessoas. De acordo com o delegado Eraldo Santos, o grupo recebia ordens do presidiário Cícero da Silva Soares, conhecido como Ciço Galego.

“Do presídio, Cícero mandava matar concorrentes no tráfico de crack na cidade de Escada. Ele já confessou 27 homicídios e temos também a confissão de pessoas que cometeram seis assassinatos e disseram que foi a mando dele”, informou o delegado. As prisões foram realizadas através de mandados itinerantes expedidos pela Justiça. Isso possibilitou que os policiais estivessem em diversos endereços para localizar os acusados.

A operação começou na sexta-feira, com detenções nas cidades vizinhas. Até a segunda-feira foram cumpridos 11 mandados de prisão nos municípios de Palmares, Gameleira e Ribeirão, na Zona da Mata, e Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife.

“Resolvemos deixar para cumprir os mandados de prisão em Escada em um único dia, pois eram em maior número”, explicou Santos. Segundo ele, além das 29 pessoas detidas, havia mais mandados de prisão, mas os acusados não foram localizados.

O delegado não quis repassar o número de foragidos da operação, alegando que a informação poderia atrapalhar as investigações. Entre os foragidos está Adeilson José Luis, conhecido como Deílson, que seria o braço direito de Ciço Galego. O Disque-Denúncia oferece R$ 2.500 de recompensa por informações sobre ele. Na operação, a polícia também apreendeu dezenas de pedras de crack e aparelhos celulares.

No último crime atribuído a Ciço Galego, segundo a polícia, os pistoleiros contratados por ele terminaram baleando a pessoa errada. “Cícero ligou do presídio para um adolescente e mandou ele apontar uma pessoa. O garoto confundiu e apontou a pessoa errada. Hoje, esse homem está paraplégico”, contou o delegado.

Os acusados foram levados para a Delegacia de Escada. Como muitos deles têm rixas entre si, ficaram em celas separadas. Algumas salas da unidade policial também foram improvisadas para receber os detentos, que depois foram encaminhados para presídios da Zona da Mata e do Grande Recife.

Para evitar que Ciço Galego continue dando ordens da prisão, a polícia solicitou à Justiça que ele seja transferido para um presídio federal.