10 meses depois

Zona da Mata volta a ser castigada pelas chuvas

Do NE10
Do NE10
Publicado em 03/05/2011 às 15:47

Menos de uma ano depois, a cena se repete. Na madrugada desta terça-feira (3), as fortes chuvas que caíram em Pernambuco deixaram, mais uma vez, diversas cidades da Zona da Mata do Estado em situação caótica. Foram cerca de 20 municípios atingidos e centenas de desabrigados.

O assunto, inclusive, chegou aos Trend Topics do Twitter, com diversos usuários comentando a situação das cidades, o descaso do Governo com a região e enviando fotos dos estragos.

Em Palmares, cidade mais atingida pelas chuvas de 18 de junho 2010, por volta da 1h30 desta terça, todos os secretários municipais foram acionados, na tentativa de auxiliar a população a abandonar as áreas de riscos e se abrigarem em escolas do município. Agentes do 10º Batalhão da Polícia Militar também colaboraram.

Ao todo, cerca de 100 famílias foram retiradas de suas casas, se juntando às outras 80 famílias que estavam morando em barracas e no prédio do Centro Social Urbano desde o ano passado, também por conta das enchentes.

Apesar de não ter sido o único local onde choveu, de acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Palmares foi o município que registrou o maior índice pluviométrico: mais de 209 mm. Tanta chuva fez com que o nível do Rio Una subisse dois metros e meio e deixasse vários pontos da cidade alagados. As comunidades ribeirinhas também estão em alerta, e são monitoradas pela Defesa Civil local.

Por essa razão, a secretária de Assistência Social de Palmares, Cláudia Santos, pede que a população ajude as vítimas das chuvas com doações de água potável, roupas, lençóis, colchões, fraldas, entre outros itens. "Pedimos que as pessoas doem alimentos de fácil preparo, porque muitas dessas vítimas estão apenas com a roupa do corpo", reforça.

Situação semelhante à de Palmares ocorreu no município de Catende, onde, de acordo com a Defesa Civil, os Rios Panelas e Pirangi já subiram cerca de cinco metros. Os bairros do Matadouro, Canaã e Caxias foram os mais atingidos, e a ponte de ferro que ligava o bairro do Matadouro ao Centro da cidade caiu durante a madrugada.

A polícia já contabilizou mais de 1.500 desabrigados em Catende, e um alerta foi emitido para que a população ribeirinha seja abrigada em locais mais altos. As pessoas que perderam suas casas estão sendo removidas para três abrigos improvisados na cidade, localizados no Ginásio Municipal, no Galpão da Usina Catende e na Creche Maria Teresa.

Na cidade de Maraial, que teve um dos maiores índices de chuvas da madrugada (130 mm), cerca de 40 pessoas estão desabrigadas e, de acordo com técnicos da Defesa Civil que estiveram na cidade, duas casas desabaram depois de um deslizamento de terra no bairro do Piçarro. As ruas mais atingidas foram a da Areia e da Estação, e os desabrigados estão sendo removidos de suas residências para o alojamento improvisado no Ginásio Esportivo da cidade, que fica próximo à destilaria de álcool.

Seis bairros do município de Barreiros ficaram ilhados (Tiribi, Baité, Una, Lote, Granjas e parte do Centro da cidade) e uma ponte do bairro Lote ficou intransitável. De acordo com o coordenador da Defesa Civil na cidade, Luiz Henrique, os níveis dos rios subiram um metro só durante as chuvas desta terça-feira, e já foi iniciado um plano de evacuação para retirar antecipadamente os moradores das áreas de risco. Cerca de 150 pessoas estão desabrigadas e estima-se que ao menos 4 mil outras terão que deixar suas casas. Igrejas, associações, escolas, secretarias e outros prédios públicos estão recebendo os desabrigados.

Já na cidade de Água Preta, o número de desabrigados gira em torno de 150, e muitas ruas ficaram alagadas e casas foram invadidas pelas águas. Belém de Maria foi outra das cidades atingidas, com as chuvas chegando a 157,4mm.

A Codecipe deve divulgar um balanço da ocorrências no fim desta tarde e a previsão é de que chova mais nestas quarta (4) e quinta-feira (5).