A cônsul dos Estados Unidos para o Nordeste, Usha Pitts, comentou, durante coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (20), a fala do governador do Estado, Eduardo Campos, que afirmou que o primeiro erro em toda essa crise foi dos Estados Unidos, ao permitir que o material possivelmente infectante deixasse o país. 'Entendo que ele esteja aborrecido com o que aconteceu e sei que é o trabalho dele reagir ao fato, e ele está reagindo'. No entanto, a cônsul afirmou que o caso ainda está sendo investigado, e ela não está em posição de dizer se realmente houve falha dos EUA ou não. [Veja no vídeo]
Durante o encontro ocorrido na sede do Consulado Americano no Recife, Pitts afirmou que a exportação de materiais usados nos EUA é uma indústria multimilionária e bem estabelecida. Disse, ainda, que a prática é legalizada no país, de maneira geral, e que a alfândega americana controla mais a entrada do que a saída de produtos no país.
Neste caso específico, em que material de origem hospitalar foi importada por uma empresa de confecção do Agreste pernambucano, a cônsul afirmou que a legalidade da exportação por parte da empresa americana Texport ainda está sendo investigada.
'Estive em Caruaru e fiquei impressionada pela vitalidade do local e sua indústria têxtil. Lamentos os possíveis danos que este caso causará a uma área tão desenvolvida', disse Pitts, apesar de enfatizar que ainda é prematuro falar sobre a legalidade das transações da empresa americana.
Segundo o adido do FBI no Brasil, Richard Cavalieros, a Texport, que tem sede na Carolina do Sul, pode não ser a única empresa americana envolvida no esquema de venda de lixo hospitalar.
'Ainda não se sabe como era feita a logística (dos hospitais às empresas de exportação)', afirmou a cônsul, informando que os hospitais das quais os lençóis foram descartados foram contactados, mas nem todos responderam.
Além da Usha Pitts e Richard Cavalieros, participaram da coletiva de imprensa o adido-adjunto so Serviço de Imigração e Controle Alfandegário (ICE) no Brasil, Alvin Medina, o investigador do FBI da embaixada Pedro Moreira e o adido político do Consulado dos EUA no Recife, Leonel Miranda.