Coluna: Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim!

Por Igor Maciel
Por Igor Maciel
Publicado em 07/12/2011 às 12:18

A frase que dá título a essa coluna é do genial Millor Fernandes e poderia ser aplicada a quase todos os políticos brasileiros.

Poderia ser aplicada com muita propriedade aos vereadores de Caruaru, que esta semana rejeitaram um projeto do vereador Demóstenes Veras instituindo a eleição para gestores das escolas públicas municipais.

Com a decisão, os diretores continuam sendo escolhidos de acordo com o joguinho político sujo de indicações. Existem coisas da velha república que nem os mais democráticos representantes políticos conseguem largar.

A verdade é que cada vereador recebe uma cota de cargos para distribuir entre os mais próximos. É uma forma de retribuir apoio recebido durante as eleições. Façamos uma breve análise, então:

O vereador se elege com o apoio "espontâneo" dos militantes. Depois, "espontaneamente", o vereador ganha do prefeito um cargo em alguma escola. Aí, ainda de forma "espontânea", ele entrega esse cargo ao militante que trabalhou  com ele na campanha.

O prefeito consegue maioria na câmara, o vereador retribui a gentileza do militante e a população paga a conta. Não só por bancar o salário desses gestores e financiar campanha de vereador no qual talvez ele nem tenha votado, mas também porque militância política não é garantia de ensino de qualidade ou de competência educacional.

No modelo proposto em Caruaru, que já é utilizado pelo governo do Estado, os diretores são escolhidos pela comunidade que a escola integra. É democracia pura. Esses gestores ganham autonomia e força política para buscar melhorias para a escola. E se não trabalharem a contento, não são  reeleitos.

Aí os vereadores que recusaram a proposta dizem que o modelo atual, com as indicações deles, é melhor porque se o gestor fizer alguma bobagem pode ser exonerado imediatamente.

Muito bem, já que esse "negócio de eleição" dificulta tudo, que tal contratarmos vereadores com essa mesma ideia?

Pra que eleição? Quando o vereador fizer bobagens como não aprovar projetos interessantes para o povo, a gente exonera eles.

Vereador demitido ia ser manchete recorrente.

Simples assim!

A favor do projeto: 

Dr. Demóstenes, 

Rogério Meneses, 

Lícius Cavalcanti, 

Val, 

Louro do Juá

Diogo Cantarelli. 

 

Votaram contra o projeto: 

Zé Ailton, 

Lula Tôrres, 

Bruno Lambreta, 

Edmilson do Salgado, 

Adolfo José, 

Ranilson Enfermeiro, 

Alecrim,

Leonardo Chaves