A frase que dá título a essa coluna é do genial Millor Fernandes e poderia ser aplicada a quase todos os políticos brasileiros.
Poderia ser aplicada com muita propriedade aos vereadores de Caruaru, que esta semana rejeitaram um projeto do vereador Demóstenes Veras instituindo a eleição para gestores das escolas públicas municipais.
Com a decisão, os diretores continuam sendo escolhidos de acordo com o joguinho político sujo de indicações. Existem coisas da velha república que nem os mais democráticos representantes políticos conseguem largar.
A verdade é que cada vereador recebe uma cota de cargos para distribuir entre os mais próximos. É uma forma de retribuir apoio recebido durante as eleições. Façamos uma breve análise, então:
O vereador se elege com o apoio "espontâneo" dos militantes. Depois, "espontaneamente", o vereador ganha do prefeito um cargo em alguma escola. Aí, ainda de forma "espontânea", ele entrega esse cargo ao militante que trabalhou com ele na campanha.
O prefeito consegue maioria na câmara, o vereador retribui a gentileza do militante e a população paga a conta. Não só por bancar o salário desses gestores e financiar campanha de vereador no qual talvez ele nem tenha votado, mas também porque militância política não é garantia de ensino de qualidade ou de competência educacional.
No modelo proposto em Caruaru, que já é utilizado pelo governo do Estado, os diretores são escolhidos pela comunidade que a escola integra. É democracia pura. Esses gestores ganham autonomia e força política para buscar melhorias para a escola. E se não trabalharem a contento, não são reeleitos.
Aí os vereadores que recusaram a proposta dizem que o modelo atual, com as indicações deles, é melhor porque se o gestor fizer alguma bobagem pode ser exonerado imediatamente.
Muito bem, já que esse "negócio de eleição" dificulta tudo, que tal contratarmos vereadores com essa mesma ideia?
Pra que eleição? Quando o vereador fizer bobagens como não aprovar projetos interessantes para o povo, a gente exonera eles.
Vereador demitido ia ser manchete recorrente.
Simples assim!
A favor do projeto:
Dr. Demóstenes,
Rogério Meneses,
Lícius Cavalcanti,
Val,
Louro do Juá
Diogo Cantarelli.
Votaram contra o projeto:
Zé Ailton,
Lula Tôrres,
Bruno Lambreta,
Edmilson do Salgado,
Adolfo José,
Ranilson Enfermeiro,
Alecrim,
Leonardo Chaves