PRECARIEDADE

Justiça determina o fechamento do Matadouro de Canhotinho

Do NE10
Do NE10
Publicado em 05/01/2012 às 16:39

O Matadouro de Canhotinho, no Agreste de Pernambuco, está proibido, a partir desta quinta-feira (5) de realizar qualquer tipo de abate de animais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil reais. A ação civil pública foi uma iniciativa do promotor de Justiça Romualdo Siqueira França. A liminar, determinando o fechamento do abatedouro da cidade, foi expedida pelo juiz Marcus Vinicius Barbosa ainda nessa quarta-feira (4).

Entre as causas apontadas está a estrutura física precária; a inexistência de tratamento de resíduos líquidos e sólidos; currais em péssimas condições de conservação e sala de abate sem grade metálica de proteção. As irregularidades, de acordo com informações do MPPE ficaram comprovadas por meio de laudo de vistoria, produzido pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro). 

“Essas condições, obviamente, revelam o alto e elevado risco, com o consequente perigo de contaminação da população que consome tal tipo de carne, podendo contrair doenças graves, infecto-contagiosas, por bactérias, vermes e resíduos de antibióticos e anabolizantes, que podem matar, gerar intolerância ao leite, provocar câncer, tuberculose e alterações hormonais, além de vários outros prejuízos à saúde”, argumenta o promotor.

Na ocasião da realização da vistoria, não havia veterinário presente no local. “Ainda assim, ficou constatado que os animais foram abatidos, comprovando que a matança não teve o atestado do médico”, declara Romualdo Siqueira. 

Também ficou constatado que o trabalho de triparia era realizado na área externa do matadouro, sem as mínimas condições de higiene e de funcionamento, sequer dispondo os trabalhadores dos equipamentos necessários. “O laudo da Adagro é taxativo, ao concluir que o estabelecimento não atende às exigências mínimas para o fim a que se destina, com sérios riscos para a população canhotinhense e para o meio ambiente, sobretudo em razão do destino que é dado às vísceras e aos demais produtos não comestíveis, além dos despejos líquidos que não têm o devido destino”, frisa Romualdo Siqueira.

A Promotoria de Justiça também recebeu denúncias através de ligações telefônicas veiculando a matança de vacas prenhas. “Além disso, a limpeza e a desinfecção do matadouro não atendia às condições exigidas, pois as dependências se encontravam em precárias condições de conservação, sem a existência de máquinas e utensílios, bem como não se fazia o combate à insetos e nem a roedores”, declara o promotor.