Crimes na internet: até onde vai a liberdade?

Por Diego Martinelly
Por Diego Martinelly
Publicado em 16/05/2012 às 11:03

O sentimento de liberdade parece ter florescido no ser humano de um jeito que não se admite mais aceitar imposições que venham a ferir o direito de enxergar o mundo de forma natural. Há 20 anos, não imaginávamos que líderes políticos autoritários fossem expulsos do poder por protestos populares que não aguentavam mais viver à sombra da escuridão.

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Este despertar mental se deve a quê? Não aguentaram mais a dor da algema ou o mundo globalizado mostrou que viver de forma democrática é melhor? Infelizmente, a dor continuaria extirpando os sentimentos de quem vive na sombra da escuridão porque o ser humano parece se acomodar, sem nem ao menos questionar o que está acontecendo.

É verdade que a globalização fomentou este sentimento de cobrança, de questionamentos, do saber o que está acontecendo. A internet encurtou conhecimento, aproximou pessoas, mas é preciso vigiar essa liberdade que muitos pensam ter adquirido e que todas as pessoas precisam aceitar.

Exemplos não param de acontecer de pessoas que têm a privacidade invadida e depois aquilo tudo é jogado em um mundo virtual sem que se tenha a noção dos danos irreparáveis.

Filmar cenas de sexo com namoradas, noivas e depois que o relacionamento terminar exibir aquilo na internet, com a intenção de acabar com a moral de uma pessoa. Aquele momento de liberdade foi também de confiança, de paixão, de amor, mas que não dava o direito de expor com os outros aquele momento íntimo. Os jovens e crianças hoje sentem prazer de brigar ou agredir alguém na escola para correr na esquina e postar na internet aquele momento de bravura.

Essa geração tecnológica precisa conhecer mais sobre o período da ditadura para saber que as pessoas que lutaram naquela época buscavam liberdade para se expressar, para escolher o futuro do país. Santa Joana D’Arc buscava a liberdade dos justos e morreu sentindo na pele a dor de lutar pela liberdade.

Termina sendo um paradoxo mostrar estas duas faces da liberdade, mas elencaria milhares de pessoas que buscavam na essência da liberdade o prazer de ser feliz. Ou vigiaremos esta liberdade que se esconde em seres humanos medíocres e calculistas ou teremos um mundo baderno de hipócritas querendo ser heróis.