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Atraso na UPE de Garanhuns

do Jornal do Commercio
do Jornal do Commercio
Publicado em 12/07/2012 às 9:00

Diante da falta de docentes no curso de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE), em Garanhuns, no Agreste do Estado, o segundo semestre letivo dos estudantes do 1º período terá início com um mês de atraso. As aulas só começam no início de setembro, semelhante ao que aconteceu ano passado, quando o curso foi aberto. A informação surge quase dois meses após os alunos da instituição realizarem uma série de protestos, incluindo uma greve, para denunciar a falta de investimentos na unidade.

Segundo o coordenador do curso de medicina, Franco Junqueira, enquanto os educadores concursados não forem nomeados, os professores da UPE de Recife assumirão as turmas do terceiro período em Garanhuns. O edital para contratação de profissionais foi lançado no último dia 4 e prevê o reforço de 86 docentes, que suprirão a carência em todas as unidades da instituição. Os estudantes do primeiro e segundo períodos seguirão o calendário acadêmico regular, cujo início está previsto para agosto. Isso ocorre porque faltam professores para as disciplinas específicas, cursadas a partir do terceiro período.

DISCUSSÃO - Em meio a situação precária em que se encontram os hospitais universitários do Estado, constantemente alvo de críticas por parte dos alunos, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica em Pernambuco lançou uma carta aberta para convocar as entidades médicas a discutirem a qualidade do ensino médico, no âmbito público e privado.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, Eduardo Miranda, a proposta é discutir as condições de ensino e os problemas estruturais nas faculdades de medicina do Estado. As universidades de medicina estão em processo de falência sistêmica. Faltam professores qualificados e estrutura para funcionamento. É preciso prezar pela especialização desses profissionais, explica o médico. Os alunos são vítimas indefesas de um sistema irresponsável, porque é preciso qualidade e não quantidade, defende Miranda, que também é professor de oncologia da Faculdade de Ciências Médicas da UPE.