Uma luz no fim do túnel

Por Diego Martinelly
Por Diego Martinelly
Publicado em 20/09/2012 às 9:57

O Supremo Tribunal Federal (STF) está tendo a oportunidade de resgatar na população brasileira o sentimento de honestidade e de justiça na política nacional. Após pressões políticas daqueles que se diziam a favor da democracia e que se julgam fiscalizadores do dinheiro público, os ministros resolveram nem dar ouvido e iniciaram processo de julgamento dos 37 acusados de participar do maior esquema de pagamento de propina para que os parlamentares aprovassem leis e projetos no Congresso.

Para manter este esquema dando certo, foi utilizada uma fortuna em dinheiro público e isto demonstra a fragilidade dos órgãos governamentais responsáveis em fiscalizar as nossas riquezas. Sem o conhecimento de tudo que estava se passando, a população sentia o retorno disto quando buscava o serviço público de saúde e não encontrava médicos e nem hospitais com estrutura para atendê-la, quando abria a janela de casa e observava ruas sem calçamento e nem saneamento básico, rodovias esburacadas e pessoas morrendo em acidentes de trânsito.

Só temos 52,5% dos domicílios com rede de esgoto, quase 10% da população é analfabeta e a desculpa se volta sempre para a herança maldita deixada pelos governos, a crise internacional, as catástrofes provocadas pelas chuvas e a seca. Ao invés de iludirmos a população com jogos da seleção e obras para a Copa do Mundo, poderíamos estar transmitindo em cadeia nacional o julgamento do mensalão.

Cada condenação deve ser comemorada como um gol. Se mudar este ciclo vicioso de políticos que chegam ao poder comprando votos e iludindo os inocentes está difícil por um excesso de fatores - como o voto pelo o emprego, o voto por dinheiro, o voto por desconhecimento-, então que incentivemos e oremos para que Deus ilumine a inteligência daqueles que vão julgar os mal intencionados da política brasileira.

Quem superlota hoje nosso sistema prisional são os homicidas, são os traficantes e estupradores. Já os bandidos de colarinhos brancos, que matam a conta-gotas crianças, idosos e jovens, ficam aí rindo à toa. Talvez agora os nossos presídios comecem a receber investimentos para poder alocar as estrelas da política.