O país das eleições

Por Diego Martinelly
Por Diego Martinelly
Publicado em 27/02/2013 às 12:03

Nem nos acostumamos ainda com os novos prefeitos, mal as brigas políticas e desavenças começaram a se acalmar e já vem a discussão de quem vai administrar o país daqui a quatro anos.

O processo eleitoral virou comércio, em que as empresas e as pessoas que vivem disso passaram a se programar como se prepara para um carnaval. Se existe todo ano, então vamos deixar certo já quem confecciona as fantasias, quem planeja os temas, quem vai angariar os recursos e assim está montado o desfile.

O resultado precipitado desta busca pelo poder tem causado danos irreparáveis à nação. O nosso Produto Interno Bruto (PIB) só cresceu 1% em 2012, deixando-nos lá em baixo da tabela se compararmos a outros países da América Latina.

As grandes obras que poderiam mudar a realidade de algumas regiões, como a transposição do rio São Francisco, tão esperada pelos nordestinos, passaram um bom tempo paradas e o custo da obra só aumentando. O Senado e a Câmara ainda não votaram o orçamento 2013 e o que se vê são conjunturas políticas para ocupar cargos e chegarem com força na disputa eleitoral. Desse jeito pode se esperar que o Brasil se configure como nação do futuro? O pensar política não pode interferir na governabilidade.

Ou o patrão está de dentro para tomar as medidas necessárias ou em casa sem dono todo mundo dita as regras e vale quem gritar mais alto. O estímulo ao consumo tem que vir aliado aos investimentos internos que fomentem o desenvolvimento. A hora de vender o Brasil lá fora não é essa até porque a casa está desarrumada. Não estamos conseguindo atender a demanda interna, falta mão de obra capacitada, mas os nossos políticos parecem não estar nem aí e só pensam em viajar e discutir eleição.

Pobre trabalhador brasileiro... trata esta nação como se fosse aquele grande amor não correspondido. Você deu asa para que ela voasse, motivo para que ela voltasse e razão para que ela ficasse. Mas como na vida tudo não são só flores, ela fez das asas o caminho mais curto para os mal feitores, deu motivo para que eu nunca mais quisesse de novo, e razão para que eu entendesse que aquele amor nunca foi pra mim. Nossos políticos fazem tudo isto, mas em terra de um povo de memória curta, este amor será sempre regado a cada 2, 3, 4 anos e se não for a vida inteira.