Um dos mais tradicionais festivais do interior de Pernambuco,o Festival de Jericos de Panelas,no Agreste, não será realizado este ano. O motivo, segundo o prefeito do município, é que a cidade não tem condições de realizar o evento com a atual situação de seca.
O anúncio do cancelamento do evento foi feito nessa quarta (17). Ainda segundo informações da prefeitura, a cidade está sofrendo muito com a falta de água nas residências e não teria condições de acolher as pessoas que visitam o município durante o festival. De acordo com dados da Prefeitura de Panelas, a cidade tem cerca de 25 mil pessoas e durante os quatro dias do Festival de Jericos, esse número ultrapassa os 100 mil.
O Festival de Jericos era sempre realizado próximo ao dia 1º de maio. O evento foi criado para alertar as autoridades quanto à matança do animal, que era bastante realizada na região. Durante o festival são realizadas as tradicionais corridas de Jericos e ainda o festival de fantasias, quando os proprietários dos animais usam a irreverência para confeccionar roupas para os bichos.
Durante uma entrevista nessa quarta a Rádio Jornal Caruaru, o prefeito de Panelas, Sérgio Miranda, lamentou o cancelamento do evento. “É com muita tristeza que tivemos que tomar esta decisão de cancelar um evento tão importante como este. A situação de Panelas é de calamidade pública”. Confira a entrevista do prefeito Sérgio Miranda para a Rádio Jornal:
Confira a nota divulgada pela Prefeitura de Panelas justificando o cancelamento do Festival de Jericos:
“ Pela primeira vez desde sua criação em 1973, o FESTIVAL NACIONAL DE
JERICOS DE PANELAS não será realizado este ano.
O agravamento da seca que já é a maior dos últimos 100 anos no
município, obrigou o Governo Municipal a cancelar o Festival Nacional
de Jericos, que é um dos maiores eventos folclórico cultural do
Nordeste brasileiro.
A cidade está em colapso total, não há abastecimento de água desde
fevereiro, quando foram realizadas audiências com as presenças do
Ministério Público, Promotor Dr. Ernando, dos representantes da
COMPESA e do Prefeito do município Sérgio Miranda. A época ficou
acordado que a COMPESA abasteceria a cidade com carros pipas e
viabilizaria em caráter emergencial a transposição de águas da
Barragem Patameiro o que resolveria o problema do desabastecimento de
água do município, e que, o prazo de execução desta obra seria de 45
dias a contar da contratação da empresa que realizaria o serviço.
30 dias se passaram e como nada foi feito os moradores organizaram um
protesto com fechamento por mais de 20 horas da BR 104 e PE 158. No
dia, a COMPESA pressionada, começou de forma mais regular a realizar o
abastecimento com carro pipa, mas até agora, a solução do problema com
a transposição da barragem Patameiro, nada de sair do papel.
Dois meses se passaram, hoje em Panelas os moradores da cidade não tem
água suficiente nem para o consumo doméstico, imagine para atender 100
mil turistas que visitariam a cidade durante os dias do evento. Se
Panelas não tem água nem para a população do município, imagine
garantir a higiene para toda esta população flutuante. Água para
banho, higienização dos órgãos públicos, limpeza das ruas e todo o uso
doméstico. Que impressão os turistas levariam da cidade? Uma cidade
suja? Desorganizada, sem estrutura para o tamanho do evento?. Por
tanto, preocupado em preservar o nome da cidade e a tradição cultural.'