A cidade de Limoeiro, um dos 68 municípios da região Agreste de Pernambuco que teve situação de emergência decretada em agosto deste ano pelo governador Eduardo Campos, está sendo beneficiado com a instalação de 1.700 cisternas de polietileno, por meio do programa Água Para Todos, via Ministério da Integração Nacional (MIN), do governo federal. "A ideia é, de fato, universalizar o acesso à água em toda a nossa extensão rural, formada por quatro distritos: Mendes, Orucuba, Gameleira e Ribeiro do Mel", explicou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, Marcelo Motta. Segundo ele, no total serão mais de 8 mil pessoas beneficiadas em 51 comunidades rurais que sobrevivem, basicamente, da pecuária (leite e corte), e agricultura com foco na plantação de batata, feijão, milho, cana de açúcar e banana. Atualmente, a Prefeitura conta com dois carros-pipa e tem o apoio de mais nove veículos de Exército brasileiro para levar água ao homem do campo.
No Sítio Poço do Pau, distante 6k do centro de Limoeiro, a dificuldade por água é, sem dúvida, o maior e principal problema apontado pelos moradores do lugar. "A gente sempre passou por esse sofrimento aqui. Água sempre foi um Deus nos acuda, por que demora a chover, os barreiros vão secando e a situação vai ficando cada dia pior. Esse ano, graças a Deus, chegaram essas cisternas pra gente. Agora, além de ter um lugar pra juntar água da chuva, a gente também tem um lugar pra colocar água até mesmo do carro-pipa, dependendo da emergência", contou a dona de casa Maria do Carmo de Souza, de 40 anos, e mãe de três filhos.
Os reservatórios captam a água da chuva e permitem o armazenamento de 16 mil litros, garantindo condições para uma família de quatro a cinco pessoas se manter por até nove meses de estiagem, cenário típico do semiárido nordestino. O material utilizado na fabricação dos reservatórios é adequado à região. "A resina de polietileno somente pode fundir a uma temperatura de 147o C, sendo que na região a temperatura máxima pode oscilar em torno de 50o C em períodos de clima mais severo, o que desmistifica a informação incorreta de que as cisternas derretem no calor do sertão. Além disso, essa é uma tecnologia consolidada internacionalmente e utilizada há mais de duas décadas em países com temperaturas semelhantes ou até mais críticas que as encontradas no Nordeste brasileiro.", explicou Amauri Ramos, diretor da Acqualimp, fabricante dos reservatórios.