Polícia

Reconstituição de assassinato de promotor acaba sem participação de suspeito

Do NE10
Do NE10
Publicado em 23/12/2013 às 17:55

Durante três horas, na tarde desta segunda-feira (23), a Polícia Civil de Pernambuco tentou reconstituir as últimas horas de vida e o assassinato do promotor Thiago Faria Soares, 36 anos, morto com vários tiros há dois meses, na rodovia PE-300, entre Águas Belas e Itaíba, no Agreste pernambucano. O suspeito de ter executado o promotor, Edmacy Cruz Ubirajara, não participou.

Os advogados do homem apontado como autor dos tiros que mataram Thiago Faria, Anderson Flexa e Weendell Freitas, solicitaram que ele não participasse da reconstituição. A defesa alega que Edmacy não estava na cena do crime descrita pela noiva do promotor, Mysheva Martins, a principal testemunha ocular.

Na ação, três policiais civis atuaram como os suspeitos - um no volante do carro e dois como passageiros. Mysheva e o tio dela, Tautivo Martins, que estavam no carro do promotor, também participaram. Na reconstituição, a noiva do promotor caiu no chão da mesma forma como disse ter caído no dia do assassinato, voltou a se desesperar e chorou.

Pela manhã, Edmacy e Mysheva prestaram depoimento na Delagacia de Águas Belas. O caso é investigado pela delegada Josineide Confessor, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), depois que a força-tarefa designada inicialmente para apurar o caso foi dissolvida.

Dois meses depois do crime, as dúvidas persistem. Além disso, há um pacto de silêncio entre a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Edmacy Ubirajara, o único suspeito que chegou a ser preso, foi solto na semana passada por determinação da Justiça de Sergipe, onde ele respondia a um crime, exatamente por falta de provas. O suposto mandante do assassinato - segundo a polícia -, o fazendeiro José Maria Rosendo, permanece foragido.

Até agora, nem a arma (tudo indica que uma espingarda calibre 12) nem o carro utilizado no crime (um Corsa Hatch escuro, talvez cinza, verde ou preto) apareceram. Ambos são provas importantes para esclarecer o assassinato, a partir da versão apresentada por Misheva Martins, que garante que o carro do promotor foi interceptado por outro veículo na PE-300, de onde desceu um homem (ela afirma ter sido Edmacy Ubirajara) e feito diversos disparos. Entretanto, ela, que estava no banco do passageiro, e o tio, sentado atrás, conseguiram escapar sem qualquer ferimento. Também não se tem notícia das perícias técnicas.