sessão extraordinária

Câmara de Caruaru vota projeto que inclui BRT nesta quinta-feira

Do NE10
Do NE10
Publicado em 23/01/2014 às 11:28

O projeto de Mobilidade Urbana que inclui a implantação de um Bus Rapid Transit (BRT) em Caruaru, no Agreste pernambucano, será novamente votado pela Câmara Municipal em sessão extraordinária marcada para a manhã desta quinta-feira (23). A votação que havia aprovado a proposta – realizada em 17 de dezembro do ano passado – foi anulada em sessão extraordinária na última terça-feira (21).

Na oportunidade, o legislativo optou pelo cancelamento após acatar uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O pedido do MP se deu em virtude da investigação desencadeada pela Operação Ponto Final, que aponta 10 parlamentares do município supostamente envolvidos em esquema de cobrança de propina para aprovação do projeto em questão.

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REUNIÃO - Um encontro entre a Câmara e o secretário municipal de Projetos Especiais, Paulo Cassundé, havia sido inicialmente marcado para a tarde dessa quarta-feira (22), em que o gestor iria detalhar para os parlamentares a proposta do BRT. A reunião foi cancelada e remarcada para a manhã desta quinta-feira. No entanto, o secretário compareceu ao legislativo na noite dessa quarta-feira e explicou os aspectos do projeto aos vereadores.

O CASO - A Operação Ponto Final foi deflagrada no início da manhã do dia 18 de dezembro do ano passado. Ao todo, 10 vereadores da Capital do Agreste foram presos e encaminhados à Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, por suspeita de concussão, corrupção passiva e organização criminosa. Os parlamentares estariam exigindo ao prefeito José Queiroz (PDT) o valor de R$ 2 milhões para aprovação do projeto do BRT (Bus Rapid Transit), orçado em R$ 250 milhões.

Foram presos após seis meses de investigação da Polícia Civil, os vereadores Sivaldo Oliveira (PP), Cecílio Pedro (PTB), Pastor Jadiel e Val das Rendeiras (Pros), todos da base governista, e mais seis da oposição: Val (DEM), Louro do Juá e Eduardo Cantarelli (SDD), Jajá (expulso do PPS), Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB). Todos os suspeitos foram soltos no final de dezembro.

GRAVAÇÕES - O juiz da 4ª Vara, Pierre Souto Maior, determinou o fim do sigilo do processo que investiga os vereadores, ao qual a imprensa teve acesso no final da tarde da quinta-feira (9). Entre outras coisas, os autos mostram vídeo e gravações dos suspeitos em conversas com interlocutores numa suposta negociação de propina para aprovação de projetos na Câmara do município.