operação ponto final 2

MPPE denuncia à Justiça cinco vereadores de Caruaru

Do NE10
Do NE10
Publicado em 27/02/2014 às 11:08

Com informações do Jornal do Commercio

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através do promotor Keiller Toscano de Almeida, encaminhou denúncia à Vara Criminal de Caruaru, no Agreste do Estado, contra os cinco vereadores investigados pela Operação Ponto Final 2. A ação foi deflagrada pela Polícia Civil em janeiro deste ano.

Para Almeida, as provas apresentadas pela polícia são suficientes para comprovar o envolvimento dos parlamentares no caso. Além do inquérito policial, o delegado responsável pela operação, Erick Lessa, também encaminhou ao MPPE gravações de conversas entre os acusados. Agora, a condenação dos cinco parlamentares ficará a cargo da Justiça.

O CASO - De acordo com o delegado, os vereadores Evandro Silva (PMDB), Neto (PMN) e Val (DEM) pagaram aos vereadores Val das Rendeiras e Jadiel Nascimento (ambos do PROS) para que eles assinassem o requerimento de instalação da (CPI) que iria investigar possíveis irregularidades apontadas em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU).

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O valor ofertado para cada um dos parlamentares foi de R$ 30 mil dividido em duas parcelas, sendo a primeira paga antes da assinatura e a segunda depois da abertura da CPI. Ainda segundo o delegado, os vereadores pretendiam, posteriormente, barganhar junto ao Executivo o arquivamento da CPI.

Durante a investigação, Evandro Silva e Val das Rendeiras foram presos, mas conseguiram habeas corpus cinco dias após a prisão. Os demais parlamentares foram considerados foragidos e uma recompensa foi oferecida pelo Disque-Denúncia para quem oferecesse informações sobre o paradeiro deles.

Foram indiciados, segundo Lessa, por corrupção ativa e organização criminosa os vereadores Evandro Silva, Val e Neto. Já os outros dois envolvidos, Val das Rendeiras e Jadiel Nascimento, foram enquadrados nos crimes de corrupção passiva e organização criminosa. Se condenados, eles podem cumprir pena de até 29 anos e três meses de reclusão. Todos os cinco parlamentares permanecem afastados do legislativo por tempo indeterminado.

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PONTO FINAL 1 - Todos os cinco vereadores já haviam sido presos e liberados durante as investigações da primeira Operação Ponto Final, deflagrada no início da manhã do dia 18 de dezembro do ano passado. Ao todo, eles e outros cinco parlamentares da Capital do Agreste foram presos por suspeita de concussão, corrupção passiva e organização criminosa. Os parlamentares estariam exigindo ao prefeito José Queiroz (PDT) o valor de R$ 2 milhões, para aprovação do projeto do BRT (Bus Rapid Transit), orçado em R$ 250 milhões.