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Mudanças climáticas vão prolongar estiagem, diz pesquisa da ONU

Do NE10 Interior
Do NE10 Interior
Publicado em 07/04/2014 às 16:15

Uma pesquisa divulgada pelo Painel Intergovernamental da ONU [Organização das Nações Unidas] para Mudanças Climáticas (IPCC) após reunião em Yokohama, no Japão, aponta que as estiagens prolongadas no Nordeste – como foi vivenciado em 2012 e 2013 – devem se tornar mais frequentes. Apenas em Pernambuco, 68 municípios decretaram situação de emergência no ano passado.

As conclusões da pesquisa foram apresentadas no último dia 29. De acordo com documento do Grupo de Trabalho II do IPCC, os países afetados pela diminuição das chuvas devem aprofundar as políticas em curso voltadas para melhorar a convivência das populações com as estiagens.

Para lidar com as dificuldades nos períodos de escassez, o Estado está recebendo 39.006 cisternas de polietileno para que o homem do campo tenha um reservatório de grande porte para armazenar água de qualidade.

A distribuição de cisternas para o acúmulo de água da chuva é uma das principais políticas do governo brasileiro para permitir que as famílias consigam conviver com as estiagens. Esses reservatórios podem guardar 16 mil litros, o suficiente para uma família de 4 a 5 pessoas se manter durante nove meses de estiagem, garantindo assim água limpa para beber, cozinhar e banhar crianças pequenas.

"A distribuição de cisternas não é uma medida emergencial, que só tem efeitos durante os períodos de estiagem. A instalação dos reservatórios na casa das famílias pobres é uma ação estruturante, destinada a fazer com que os períodos secos causem menos prejuízos para o homem do campo", afirma Amauri Ramos, diretor da Acqualimp, uma das fornecedoras do Programa Água para Todos, mantido pelo governo federal, e que já entregou mais de 180 mil cisternas de polietileno ao Poder Público em pouco mais de dois anos.

Uma das cidades contempladas foi Gravatá, distante 87 quilômetros de Recife. "Água sempre foi um grande problema para quem mora na zona rural. Antes, todo mundo tinha que carregar lata d'água na cabeça", afirma a agricultora Lindinalva Pereira da Silva, 50, no Sítio Maria Isabel.