Muitas famílias estão abandonando as terras e vendendo as casas devido a seca
Localizada no município de Floresta, a 466 km da capital pernambucana, a Barra de Juá tem capacidade para acumular mais de 71 milhões de m³ de água, mas atualmente está em colapso. Este é apenas um dos vários reservatórios de Pernambuco em que o nível está no volume morto. A situação é grave principalmente no Sertão e Agreste do Estado.
Mesmo que houvesse água suficiente para encher a barragem ela não poderia guardar nada, pois o maciço (ver imagem) além de outros equipamentos estão deteriorados pela ação do tempo. Além disso, uma grande quantidade de árvores (algarobas) cresceu no paredão da barragem nos últimos anos, o que pode prejudicar seriamente a estrutura de concreto. A Barragem do Juá foi construída na década de 1980.
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O agricultor Manoel Galdêncio de Souza, 38 anos, mora próximo da Barragem do Juá desde que nasceu. De acordo com o homem, esta é a primeira vez que a barragem ficou tanto tempo seca. "Já faz uns quatro anos que não chove o suficiente. Muitas famílias estão abandonando as terras e vendendo as casas devido à seca", lamenta Manoel. Veja o vídeo:

SECA EM PERNAMBUCO - De acordo com monitoramento feito pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) nos reservatórios do Estado, no Agreste, há 18% de acumulação em relação à capacidade máxima. Já no Sertão, o nível cai para apenas 5%. Na Região Metropolitana do Recife (RMR) e Zona da Mata a situação é mais tranquila, pois o índice é de 63%. Os dados foram coletados em janeiro de 2015. Confira no mapa abaixo a comparação com o ano passado:

EMERGÊNCIA - Por causa da estiagem, 54 cidades pernambucanas decretaram situação de emergência e foram reconhecidas em âmbito federal em outubro de 2014 pelo Ministério da Integração. Serra Talhada, Floresta, Tacaratu e Ibimirim, no Sertão do Estado, são algumas das mais afetadas. O decreto segue em vigor até março de 2015 e pode ser renovado, caso necessário.