Crise hídrica

Compesa abastecerá cidades com volume morto de Jucazinho

Núcleo SJCC/Caruaru
Núcleo SJCC/Caruaru
Publicado em 16/07/2015 às 10:17

Barragem está com menos de 4% da capacidade
Foto: Reprodução/TV Jornal.
A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) anunciou nessa quarta-feira (14) a estratégia que será utilizada para minimizar os efeitos da seca excepcional que o Agreste pernambucano atravessa. Em virtude do quinto ano consecutivo de seca, a pior dos últimos 50 anos, o principal manancial do Agreste, a Barragem de Jucazinho, localizada na cidade de Surubim, está com apenas 3,88% da sua capacidade.

Segundo o diretor do Interior da Compesa, Leonardo Selva, se não chover nos próximos 20 dias na Bacia do Capibaribe, que alimenta Jucazinho, a companhia fará uso do volume morto do manancial para evitar o colapso do abastecimento em 12 municípios de um total de 15 atendidos pelo sistema.

Algumas ações serão realizadas em caráter emergencial, com um investimento de R$ 1,3 milhão, para evitar o colapso de Jucazinho e, portanto evitar que 12 cidades que dependem exclusivamente da barragem, como é o caso de Surubim fiquem completamente sem água. As outras três cidades que recebiam reforço de Jucazinho, Caruaru, Bezerros e Gravatá serão atendidas por sistemas próprios.

Caruaru será atendida pela Barragem do Prata, que conseguiu armazenar água com as chuvas ocorridas nos últimos meses e está com 63% da sua capacidade total. Sem a contribuição de Jucazinho, será necessário ampliar o racionamento de água na cidade. "O aumento, porém, será menor do que prevíamos, graças às ações que estamos desenvolvendo e que iremos implementar, afirmou Leonardo Selva.

Em Caruaru, a Compesa está instalando novos registos na cidade, como também trocando tubulações e realizando ações de controle operacional para maximizar o uso da água disponível. Uma obra de inversão da água da Estação de Tratamento de Água Petrópolis para a Estação do bairro do Salgado será iniciada na próxima segunda-feira (20). A intervenção vai durar cerca de 30 dias e irá permitir que a água do Prata possa ser distribuída para toda a cidade de Caruaru, de acordo com o calendário de abastecimento a ser divulgado. Outra ação será o reuso da água da lavagem de filtros, que também será utilizada como estratégia para garantir mais água para Caruaru em torno de 50 litros por segundo.

Segundo Leonardo Selva, será iniciada a obra para construção de uma nova captação flutuante na barragem para permitir a retirada da água que não consegue mais ser bombeada devido ao baixo nível e reservação. Os técnicos estimam que, em aproximadamente 15 a 20 dias, a barragem atingirá o volume morto quando chegar aos 3% da sua capacidade. A obra custará R$ 700 mil e ficará pronta em 30 dias. Com esta alternativa técnica, a Compesa prevê que a água do volume morto de Jucazinho dará para atender as 12 cidades até dezembro deste ano ou janeiro de 2016.

Já as outras cidades, Caruaru, Bezerros e Gravatá, tem fontes hídricas próprias e são alimentados por outras bacias hidrográficas, onde há a ocorrência de chuvas com mais intensidade e frequência. "Os níveis atuais das barragens do Prata (Caruaru), Brejão (Bezerros) e Amaraji (Gravatá) irão garantir o abastecimento até o próximo inverno", prevê o diretor de Interior da Compesa.

A longo prazo, Leonardo Selva, antecipou que a Compesa está desenvolvendo um projeto para executar a obra de transposição da barragem de Pirangi, em Escada, para reforçar a Barragem do Prata, situada em Bonito, e que irá atender a cidade de Caruaru. "Essa obra será executada em 12 meses e vai evitar que, em situação de seca, o Prata seja alimentado e que não falte água para o município", adiantou Leonardo Selva. O investimento será de R$ 60 milhões, recursos do governo do Estado e do governo federal. "Estamos vivendo um momento crítico, mas o governo tem empreendido esforços para reduzir o impacto da estiagem na vida dos pernambucanos", complementou.