Caruaru

Número de estudantes que fazem intercâmbio tem aumentado

Núcleo SJCC/Caruaru
Núcleo SJCC/Caruaru
Publicado em 15/09/2015 às 14:38

Foto: Arquivo pessoal
Estudar fora é um sonho de muitos jovens brasileiros, mas nem sempre eles têm os recursos financeiros necessários para pagar a despesa de morar por um tempo em outro país. É por isso que programas de intercâmbio dos governos estadual e federal têm feito tanto sucesso e oportunizado a ida de estudantes para outros países. Uma prova disso foi uma pesquisa elaborada pela Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association), que mostra o aumento de aproximadamente 500% no número de estudantes brasileiros que fizeram intercâmbio entre os anos de 2003 a 2013. Esse número pode aumentar se forem adicionadas as 87.364 pessoas que receberam bolsas de estudos do Ciências sem Fronteiras até julho de 2015.

O estudante Allyson Lorena, 22 anos, do curso de Design da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Campus Caruaru foi um dos que tiveram a chance de estudar fora do Brasil. Foi na inscrição da prova de 2013 para o programa federal Ciências Sem Fronteiras que Allyson viu a chance de estudar fora se tornar realidade. O estudante passou cerca 1 ano e 6 meses hospedado na casa de uma família na Irlanda enquanto estudava no Dublin Instituty of Technology. Preferiu não ter contato com brasileiros para aprender a vivenciar o inglês e sente hoje a mudança que o intercâmbio fez na sua vida.    Você vai uma pessoa e volta outra. Você vai dar valor ao seu dinheiro, à sua comida, aprende a ser independente, corta o cordão umbilical de pai e mãe, conta.

Foto: Arquivo pessoal
A estudante Loyse Souto, de 15 anos, não tinha ideia de que um dia pudesse fazer intercâmbio por causa da restrita renda de sua família. Com a chegada do Ganhe o mundo (programa de intercâmbio para alunos da rede de escolas estaduais do Estado de Pernambuco), a jovem foi uma das mil selecionadas e colheu os frutos dos seus estudos. A aluna do 2º ano do ensino médio do EREM Drº Anthenor Guimarães de Barreiros-PE está no primeiro mês de intercâmbio na cidade de Palmerston North, Nova Zelândia. A adolescente aprendeu a falar inglês nas aulas que tinha três vezes por semana no curso extracurricular da escola. Ela, que hoje se dedicada à escola Freyberg High Schol, passará mais três meses na casa de Gaille, que é sua host mother (mãe hospedeira). Apesar de estar no início do intercâmbio, Loyse já aponta a diferença que o intercâmbio proporciona. O intercâmbio me fez ter uma nova visão sobre o mundo, aprendi a ter foco no que almejo, pois conquistar um intercâmbio é tarefa difícil. Hoje sou uma pessoa responsável, consigo administrar minhas coisas sozinhas e já sou fluente em inglês, fala.

Não só programas estatais possibilitam a ida de estudantes para fora do país. Instituições como o Rotary também oferecem programas de intercâmbio. A estudante Camila Azevedo, de 18 anos, mora em Caruaru e passou cerca de 1 ano na Finlândia. Seu intercâmbio foi assistido pelo Rotary Brasil. Camila conta que esse tempo lhe trouxe experiência e amadurecimento. Mesmo com algumas dificuldades no começo, ter participado dessa oportunidade lhe trouxe outra visão do mundo. O Rotary dá toda a assistência, você tem um ano de treinamento, reuniões com os rotarianos, e ainda tem a oportunidade de conhecer outros intercambistas. Eles vão te receber no país que você vai, dando todo suporte e ajudando na escolha da família. Posso dizer que foi única essa viagem, afirma.  

A rotariana Zelia Azevedo, que auxilia no suporte ao intercambista, fala da importância do intercâmbio na vida de uma pessoa. "O intercâmbio é algo que vai além do estudante que viaja, é uma experiência para toda família. Costumo dizer que os pais mandam meninos e meninas, e quando voltam são homens e mulheres", explica.

Há ainda aqueles que buscam estudar em outro país sem necessariamente estar ligado a algum programa de intercâmbio institucional. Esse foi o caso do design Chico Marinho, de 30 anos, que decidiu fazer intercâmbio de uma forma bem inusitada. Pediu demissão do seu trabalho onde estava há 7 anos e fez as malas rumo à França. Passou 4 meses dividindo apartamento com uma amiga brasileira que morava com dois filhos na Rue myrha, no  Bairro  Goutte-dÓr, em Paris. Nessa temporada, Chico deixava muitas vezes de sair para custear sua manutenção no país, onde fazia o curso de moda no Institut Français de La mode. Eu pagava 3.500 euros por semana, fora hospedagem e comida. Eu tinha nesse momento que escolher: ou balada ou  conclusão, diz.

*Texto: Joel Almeida e Pedro Neto Agência de Notícias Unifavip