Crise hídrica

Falta de abastecimento prejudica empresas em Surubim, no Agreste

Núcleo SJCC/Caruaru
Núcleo SJCC/Caruaru
Publicado em 28/10/2015 às 11:34

Obra deve permitir o uso da água de Jucazinho
Foto: Reprodução/TV Jornal
A cidade do Surubim, no Agreste de Pernambuco, tem mais de 50 mil habitantes está sendo abastecida exclusivamente por carros-pipa desde o início das obras para utilização do volume morto da Barragem de Jucazinho. Os moradores e empresários da cidade estão precisando comprar água em caminhões-pipa para manter os serviços das empresas e das residências. A falta de água atinge também a zona rural.

De acordo com Jeane Tavares, gerente do Cristal Hotel, localizado no município, os gastos com água ampliaram o valor das diárias. Compramos cerca de 3 caminhões de água por dia. Cada um com dez mil litros. Temos 66 quartos e o gasto com água é muito grande. São quase seis meses sem água na torneira. Se a gente não comprar, o hotel para de funcionar, explica. A gerente informou ainda que hotel passou a gastar cerca de R$ 10 mil a mais só com água por mês.

Já para o empresário José Souza Santos, dono de uma lavanderia de jeans, a falta de água tem gerado prejuízo. Nós precisamos diminuir a produção. Não tem água em lugar nenhum perto para irmos buscar. A gente compra, mas não é como antes. Não posso garantir as peças no mesmo prazo e do mesmo jeito de antes da seca. Isso prejudica de mais. Temo que se continuar assim, muitas lavanderias terão que fechar as portas.

Moradores precisam comprar reservatórios extras
Foto: Arquivo pessoal.
Nas casas do bairro Bela Vista a situação é a mesma. De acordo com George Vasconcelos, a água não chega com regularidade, mesmo antes do anúncio da suspensão do abastecimento. Há dois meses compro água de caminhão. São R$ 200 cada viagem. Para quem pagava R$ 35 e tinha água em casa, a conta ficou muito mais cara. Mesmo quando tinha o rodízio, faltava água. Chegava em uma rua e outra não. Tive que construir um reservatório maior para armazenar água.

A coordenadora da Defesa Civil do Município, Josefa Albanize Aguiar, a situação da zona rural está complicada. Atualmente, 71 comunidades são abastecidas através da Operação Pipa, que é coordenada pelo Exército. Não há água em lugar nenhum. Todos os barreiros, açudes, estão secos. São dez pipas que circulam por dia para garantir o abastecimento da zona rural. Não é suficiente, mas é o melhor que estamos conseguindo fazer, explica.

A obra para a utilização do volume morto da Barragem de Jucazinho deve durar cerca de 15 dias. A previsão é que, após a obra, o município de Surubim passar a ficar dois dias com água e 28 sem. A água do reservatório deve durar cerca de 4 quatro meses.