Os moradores do município, que enfrenta um racionamento de água, estão utilizando os mais diversos tipos de reservatórios para armazenar o líquido. De acordo com Paulo Florêncio, é comum durante as visitas feitas pelo 120 agentes de combate à endemias encontrar água armazenada de forma irregular. Com a seca, o racionamento, as pessoas estão aproveitando tudo para guardar água e não têm tomado o cuidado necessário. A equipe chega para a visita e encontra água em garrafa pet, balde, bacia e até em caçarola de cozinhar. É complicado combater o mosquito sem ajuda. A gente orienta que as pessoas façam o que for possível para cobrir a água. Pode colocar um pano, um plástico, explica.
Ainda segundo o coordenador da vigilância, outros dois fatores contribuíram diretamente para o aumento de casos da doença. A gente percebe que está mais quente no município. Essas altas temperaturas têm feito o mosquito se reproduzir de forma mais rápida. Além disso, nós estamos encontrando focos tanto em água limpa quanto em água suja, o que dificulta ainda mais o combate. É preciso que a população não descarte lixo nos córregos, mantenha as lixeiras fechadas em casa e deixe toda a água fora do alcance do Aedes Aegypit, detalha.
A consultora de beleza Mozelí Jéssica, que mora no bairro Alto do Moura, tem tomado todos os cuidados necessários. Tenho dois reservatórios em casa. Mantenho a cisterna e caixa d'água sempre fechadas. Sempre espero o agente de endemias para passar e colocar o produto na água para evitar que o mosquito se reproduza aqui. Todo cuidado é pouco. Se todo mundo fizer sua parte, tenho certeza que os casos diminuem, explica.
A Vigilância Sanitária de Caruaru distrui ainda peixes que impedem a proliferação dos mosquitos. Os agentes de endemias colocam os peixes nos reservatórios das casas.
SECA - Pernambuco enfrenta a maior seca dos últimos 50 anos. Caruaru, no Agreste, tem enfretando um racionamento de água após a Barragem de Jucazinho entrar em colapso. O município tem sido abastecido com rodozío pela água do Sistema do Prata. Os moradores da cidade sofrem para armazenar o líquido, que demora cerca de 8 dias para chegar às casas. Em algumas comunidades rurais, o abastecimento está sendo feito exclusivamente por caminhão-pipa.
