Crise hídrica

Seca provoca ampliação do rodízio de água em Serra Talhada

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 08/01/2016 às 8:03

A cidade de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, terá o calendário de distribuição alterado a partir do próximo dia 12, em virtude do nível da barragem de Cachoeira II, que encontra-se com 12,8% da sua capacidade. Segundo o gerente Regional do Pajeú, Luciano Freitas, a falta de chuvas e mediante as previsões pouco otimistas para este ano, a Compesa precisou ampliar o período do rodízio na cidade com o objetivo de evitar o colapso do manancial.

Atualmente, Serra Talhada tem um calendário de seis dias com água e um dia sem. Com a alteração do revezamento, o município ficará um dia a mais sem água, passando para o regime de dois dias sem água e cinco dias com. A Compesa dividiu o município em três setores de abastecimento, de forma que toda a cidade consiga receber água de forma equitativa. Tínhamos esperança de chuvas nestes dois últimos meses, fato que não aconteceu. Assim, mesmo economizando o manancial Cachoeira II, a vazão da barragem foi reduzida e preferimos ampliar o calendário e garantir água para a cidade por mais tempo, observou o gerente.

Além do Cachoeira II, Serra Talhada é atendida pela Adutora do Pajeú, que recebe água do Rio São Francisco , abastecendo ainda os municípios de Calumbi, Flores, Carnaíba, Quixaba, Afogados da Ingazeira, Tabira, e atualmente realizando os testes para abastecimento das cidades de Tuparetama e São José do Egito, fazendo um percurso de 300 km até chegar nessas cidades. "Esperamos mais chuvas nos próximos meses, mas é algo que não podemos garantir por conta da instabilidade do tempo. Caso o manancial não acumule água suficiente, teremos de intensificar o rodízio", disse Luciano.

Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), caso não chova, é provável que o manancial atinja o volume morto em julho de 2016. Estamos passando pela maior estiagem dos últimos 50 anos no Sertão, o que tem dificultado o armazenamento de água em toda região do Pajeú. Em 2014 ocorreram precipitações na bacia hidrográfica do Pajeú que recarregou o Cachoeira II em 40%. De lá pra cá só pancadas leves de chuvas, o que nos deixam em sinal de alerta., concluiu Luciano Freitas. "