Eu ajudo o planeta, diz Dona Maria, catadora de lixo. Por mais de 40 anos, Dona Maria do Carmo catou material reciclável em vários aterros de Pernambuco. Hoje, com 71 anos, deixou a atividade que ajudou a criar os filhos. Do lixo, ela retirou o sustento para uma vida digna e de muito trabalho. Mas a rotina nunca foi fácil. Antes de tudo ser organizado como é hoje, a gente precisava andar de canto em canto para encontrar o material. Andava feito condenado. Tudo melhorou quando os aterros foram criados. A gente podia ficar em um canto só. Eu levava os meninos sem medo, porque era tudo bem organizado. Nunca tive vergonha. Catar no aterro é um trabalho digno", afirma.
Além de ajudar o planeta, Dona Maria passou a ajudar outros catadores. Eu comecei a organizar uma associação, nem me lembro o primeiro nome. A gente recebia doação de comida e eu fazia questão de ajudar e distribuir bem direitinho. Ninguém ganhava muito, não tinha uma média de dinheiro. Tinha que trabalhar de sol a sol para tirar o sustento, mas Deus sempre me ajudou. Minha felicidade foi quando fui para o aterro de Jaboatão dos Guararapes. Lá tudo deu certo. Eu passei a ter condições de criar meus meninos.
Mãe de 12 filhos, atualmente apenas seis estão vivos, a idosa conta que no Dia da Mulher vai comemorar a vida dos netos. Eu vi meus meninos morrerem cedo. Tive que levar alguns para trabalhar comigo no aterro. Hoje, eu agradeço pelos meus netos. A gente só sabe o que é amor quando fica perto da família. A gente faz tudo para ver os filhos bem, com os netos é mais amor ainda. Ninguém tem medo do trabalho, nem vergonha de fazer o que for preciso para sustentar os filhos. A gente tem é orgulho de dizer que trabalha com reciclável.
PANORAMA No Brasil, existem cerca de 500 mil pessoas que trabalham na coleta de material reciclável. São aproximadamente mil organizações como cooperativas e associações. A renda média de um trabalhador fica entre R$ 420 e R$ 520.
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