Mistério

Petrolina: perito diz que Beatriz não foi morta no local em que foi encontrada

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 29/03/2016 às 11:49

Polícia Civil apresentou novidades sobre o crime em coletiva de imprensa.
Foto: divulgação/Polícia Civil
O perito do Instituto de Criminalística Gilmario Lima, que está na equipe da Polícia Civil que investiga o assassinato da menina Beatriz Mota, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, afirmou nesta terça-feira (29) que a garota de 7 anos não foi morta dentro da sala de material esportivo, onde o corpo foi encontrado.

Menina de 7 anos participava da festa de formatura da irmã quando foi morta
Foto: reprodução
De acordo com Lima, o corpo foi colocado por trás de um armário, local onde "não havia sinais de que poderia ter acontecido um homicídio com arma branca com tamanha brutalidade".

Outra informação nova foi a de que três chaves que dão acesso ao espaço teriam sumido em novembro do ano passado. As chaves pertenciam a um segurança e dois assistentes de disciplina da escola. Elas dava acesso a três portões que fecham uma triangulação para rota de entrada e de fuga para os suspeitos.

Sobre as pessoas que poderiam ter participado do crime, o delegado Marceone Ferreira Jacinto, responsável pelas investigações, disse que trabalha com cinco personagens. Ele evitou divulgar nomes ou imagens e disse que as pessoas não serão presas até que mais provas sejam obtidas. "Não é um caso qualquer", justificou.

Todas teriam entrado em contradição durante os depoimentos, de acordo com o delegado. As ações e atitudes tomadas pelos suspeitos ainda estão sendo investigadas pela polícia. Cerca de 2 mil pessoas participavam do evento na quadra do colégio.

Um homem foi visto nas imagens das câmeras de segurança visivelmente nervoso; outro negou ter estado dentro da quadra mas é visto lá nas imagens; outro pediu para não trabalhar na quadra no dia do crime, mas testemunhas disseram que ele esteve lá; uma mulher que é vista nas imagens seguindo em direção ao local em que o corpo foi achado e um quarto homem, que teria entrado em uma sala vazia e passado 1h40 no local.

O delegado aproveitou para reforçar a divulgação do retrato falado de um dos suspeitos de participar do crime. Nove testemunhas teriam confirmado a presença deste homem próximo ao bebedouro, para onde Beatriz teria ido quando desapareceu.

Este homem é apontado pela polícia como um dos suspeitos de ter matado a menina. De acordo com as investigações, esta mesma pessoa - que estava de blusa verde - teria abordado outra criança e a chamado para ajudá-lo a "pegar umas mesas ali", mas ela saiu correndo. Segundo testemunhas, o homem teria entrado no banheiro infantil e feminino, além do masculino.

Ao ser perguntado se o crime foi premeditado, o delegado Marceone afirmou que "isso é o que a investigação vem mostrando", mas ainda é necessário provar algumas hipóteses.

As informações foram repassadas em coletiva de imprensa realizada em Petrolina, na manhã desta terça-feira. Além destas, a polícia ainda apresentou detalhes como plantas da escola, imagens de câmeras de segurança, fotos do local do crime, entre outros.

O Disque Denúncia oferece R$ 10 mil para quem prestar informações que ajudem a encontrar os responsáveis pela morte de Beatriz. A denúncia pode ser feita pelo telefone (81) 3719-4545 ou através do site https://www.disquedenunciape.com.br/.

Familiares cobram respostas sobre o assassinato da criança.
Foto: reprodução
ENTENDA O CASO - O crime aconteceu na noite do dia 10 de dezembro do ano passado, dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no momento em que acontecia a festa de formatura do ensino médio da instituição de ensino, na quadra. 

O pai da menina, Sandro Romilton Ferreira, trabalha como professor de inglês no colégio. Durante a festa, ele chegou a subir ao palco em que aconteciam apresentações para pedir que os convidados ajudassem a localizar Beatriz. Minutos depois, o corpo dela foi encontrado dentro de uma sala de material esportivo desativada, com 42 perfurações de faca.

O homicídio chocou a cidade e familiares e amigos da menina, além de pessoas que se comoveram com o caso, já realizaram vários protestos cobrando agilidade nas investigações e justiça.