Investigação

Filho do prefeito de Catende é preso em operação da Polícia Civil

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 19/08/2016 às 7:44

Filho do prefeito de Catende, Paulo Augusto Cordeiro, foi preso na "Longa Manus"
Foto: divulgação/Polícia Civil
O filho do prefeito de Catende, Paulo Augusto Cordeiro, e o sobrinho Miguel Alves Cordeiro Filho foram presos preventivamente nesta sexta-feira (19) dentro da Operação "Longa Manus", deflagrada pela Polícia Civil em Catende, na Zona da Mata, Recife e Itamaracá, na região metropolitana.

O tenente-coronel da reserva Adalberto Carvalho de Souza também foi preso. A polícia cumpriu ainda três mandados de condução coercitiva, que consistiu em levar a filha do prefeito e duas empregadas dele para serem ouvidas na delegacia.  As pessoas envolvidas são suspeitas de "promover embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa".

A investigação a que a "Longa Manus" se refere é a Operação "Tsunami", que prendeu o prefeito de Catende Otacílio Alves Cordeiro (PSB) no mês de junho. Ele é suspeito de liderar uma organização criminosa que empregava verbas de forma irregular em licitações. O gestor foi afastado do cargo e está no Centro de Triagem e Obsevação Professor Everardo Luna (Cotel).

Prefeito de Catende, Otacílio Alves Cordeiro foi afastado do cargo após ser preso
Foto: reprodução/TV Jornal
Seis mandados de busca e apreensão domiciliar e mais um mandado de condução coercitiva também estão sendo cumpridos, todos expedidos pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco Odilon de Oliveira Neto.

"O nome [da operação Longa Manus] designa a atuação de pessoas que realizam ações criminosas industriadas por uma liderança, elas receberam orientações para realizar essas ações visando embaraçar as investigações da operação Tsunami", afirmou o delegado Salustiano Albuquerque, referindo-se ao prefeito de Catende.

De acordo com ele, que é diretor da Diretoria Integrada Especializada, o papel de cada pessoa no esquema será divulgado posteriormente. Entre os materiais apreendidos estão documentos e dinheiro.

As investigações começaram há três meses pela delegada titular da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos, Patricia Domingos, e o adjunto Izaías Novaes. Participaram do trabalho operacional 78 policiais civis e 25 policiais militares.

Os presos e os materiais apreendidos estão sendo encaminhados para a sede do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, Zona Oeste do Recife.