Insegurança

Explosões e assaltos a bancos viram rotina em Pernambuco

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 02/11/2016 às 11:31

Agências do Bradesco e do Banco do Brasil foram explodidas em Gameleira, na Mata Sul
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Os pernambucanos já estão cansados: quase todo mês, um ou mais casos de explosões a caixas eletrônicos, furtos, roubos ou assaltos a banco são registrados, principalmente no Interior do Estado. O caso mais recente foi o da madrugada desta quarta-feira (2), quando bandidos explodiram parte das agências do Bradesco e do Banco do Brasil de Gameleira, na Zona da Mata Sul.

De acordo com o levantamento divulgado pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco nessa terça (1º), desde o início de 2016, foram registrados 13 assaltos, cinco sequestros, 28 explosões e 13 arrombamentos de agências das instituições financeiras. Nos terminais de autoatendimento instalados fora das agências, foram 128 ataques, além de cinco explosões de carros-fortes.

Ainda segundo o sindicato, de janeiro a outubro deste ano, 11 cidades no Sertão, 7 no Agreste e 6 na Zona da Mata do Estado foram alvo dos bandidos. Os bancos mais atacados são Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF), Bradesco e Santander. As ocorrências foram registradas em todas as regiões do Estado, atingindo 37 municípios. Só do Banco do Brasil, são 44 agências que seguem fechadas em decorrência das investidas. No mesmo período, foram roubados 24 revólveres calibre 38, 216 munições, 18 coletes à prova de bala e explodidos 5 carros-fortes.

ASSALTOS NESTA MADRUGADA - Além de explodir as agências do Banco do Brasil e Bradesco de Gameleira, os suspeitos também arrombaram uma farmácia e um supermercado no centro da cidade. Na fuga, ainda atearam fogo em um carro e jogaram grampos na BR-101, para dificultar o acesso da polícia ao local do crime. Um dia antes, criminosos explodiram caixas eletrônicos do banco Bradesco e a agência do Banco do Brasil em Pedra, no Agreste. Quando fugia, o grupo também colocou grampos nas estradas que dão acesso ao município.

No dia 27 de outubro, o tesoureiro do Banco do Brasil de Bezerros e sua família foram sequestrados. O funcionário da agência teve um explosivo amarrado em uma das pernas. No dia 24 de outubro, um grupo de cerca de sete homens armados explodiu os caixas eletrônicos do Setor Laranja do Moda Center Santa Cruz, em Santa Cruz do Capibaribe. Os suspeitos também fugiram e ainda não foram localizados.

 

 

SDS divulgou balanço de janeiro a setembro deste ano

Em balanço divulgado no mês de outubro, a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou que 40 casos de roubo/furto a caixa eletrônico com uso de explosivos foram registrados de janeiro a setembro deste ano. Em 2015, foram 34 casos semelhantes no mesmo período.

Nas estatísticas também consta que no período de janeiro a setembro de 2016 foram registrados 19 ocorrências de roubo a agências bancárias (tentados e consumados) contra 38 registros no mesmo período de 2015. A redução é de 50% desses casos em 2016, em comparação com o ano passado.

Segundo a secretaria, houve uma redução de 45,5% nas "ocorrências consumadas", que englobam roubo e furto a banco, roubo e furto a caixa eletrônico e roubo e furto a caixa forte, quando são comparados os números de setembro de 2015 (11) e setembro de 2016 (6).

Em relação às "ocorrências tentadas", a redução verificada - ainda de acordo com a SDS - foi de 33,3%, no mesmo período, com quatro ações este ano e seis em 2015, ainda com relação a setembro.

Governo criou força-tarefa 

Em julho deste ano, o Governo do Estado criou a Força-tarefa de Repressão aos Crimes de Roubo e Furto contra Instituições Financeiras, que integra ações das polícias Civil, Militar e Federal, para reforçar o combate aos roubos a instituições financeiras em todo o Estado.

A primeira ação foi realizada em setembro, quando uma quadrilha que atuava na explosão de bancos foi desarticulada. Na ocasião, nove pessoas foram presas. De janeiro a setembro de 2016, 80 pessoas envolvidas neste tipo de crime foram presas.