A defensora pública Maria Paula Cavalcanti foi condenada a 28 anos e seis meses de prisão nessa quinta-feira (3). Ela é acusada de ser mandante do assassinato do marido, o advogado e empresário Mário Celso de Oliveira, em 1999. Ela não participou do júri e teve a prisão preventiva decretada pela juíza Priscila Vasconcelos, por ter mudado de endereço sem informar à Justiça. A defensora segue foragida e perdeu o cargo de defensora do Juizado de Pequenas Causas.
Na mesma ocasião, outro réu, o taxista Ednaldo Cavalcante da Silva, que teria auxiliado na execução do crime, foi condenado a 25 anos e 6 meses e ficará em liberdade. O julgamento foi realizado no Fórum Demóstenes Veras, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, e teve duração de cerca de 12h.
O júri estava previsto para começar às 9h, mas acabou atrasando para 12h, porque o advogado de defesa da defensora tentava adiar o julgamento da cliente. O promotor Leôncio Tavares indeferiu o pedido.
No fórum, o irmão da vítima, Lamartine Sérgio, disse à TV Jornal que ficou satisfeito com o pedido de prisão preventiva. "A juíza foi muito coerente e tomou a decisão correta. Ela vai ser presa, já é uma grande vitória", afirmou.
Quatro indiciados
No total, quatro pessoas foram indiciadas pelo crime. Condenado a 19 anos de reclusão em abril de 2004 por ser o autor dos disparos, José Aelson dos Santos foi assassinado, após cumprir um terço da pena e receber liberdade condicional.
Outra acusada pela morte do empresário, a mãe de santo Maria Aparecida de Menezes, foi julgada em março de 2013 e condenada a 24 anos e seis meses de reclusão. Ela recorreu da decisão e aguarda o julgamento do recurso em liberdade.
Relembre o caso
O empresário do setor imobiliário Márcio Celso de Oliveira, 50 anos, foi morto quando estacionava o carro na garagem de casa, no bairro Maurício de Nassau, no dia 15 de setembro de 1999. Ele chegou acompanhado da esposa, a defensora pública do Juizado de Pequenas Causas, e do filho mais velho, à época com 12 anos, que já tinham descido do veículo.
O crime teve grande repercussão na época, já que o casal era muito conhecido na cidade. Mário Celso, inclusive, atuou como secretário de Transportes na primeira gestão do prefeito José Queiroz.
A polícia chegou aos acusados após rastrear as ligações do celular de Maria Paula: foram registrados 157 telefonemas dela para Maria Aparecida e vice-versa, em três semanas após o dia do crime.
De acordo com a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por questões financeiras: a vítima estava negociando a desapropriação de um terreno de 30 hectares na área do Distrito Industrial, avaliado entre R$ 350 mil e R$ 400 mil. O empresário também tratava da partilha de bens do pai dele, cerca de R$ 700 mil.