Ministério Público do Trabalho

Trabalhadores de casas de farinha protestam após interdições em Lajedo

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 07/06/2018 às 9:36

Trabalhadores de casas de farinha protestam contra interdições
Foto: Jefferson Nascimento/TV Jornal Interior

Um grupo de trabalhadores de casas de farinha de Lajedo, no Agreste de Pernambuco, realizam um protesto na manhã desta quinta-feira (7) no quilômetro 58,3 da BR-423 por causa da interdição de estabelecimentos na cidade. Eles alegam que estão impedidos de trabalhar e se sentem prejudicados.

Na semana passada, uma fiscalização realizada pelo Grupo Móvel especializado no combate ao trabalho escravo, formado por representantes do Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal, interditou as máquinas de quatro casas de farinha em Lajedo e uma em Jupi.

Diversas irregularidades foram encontradas nas casas de farinha
Foto: divulgação/MPT

As atividades foram suspensas nas casas de farinha por causa de irregularidades encontradas. De acordo com o MPT, das cinco unidades visitadas, apenas uma tinha registro de atividade (CNPJ), o que faz com que não seja formalizado o vínculo de trabalho. A maioria dos trabalhadores não tinha carteira assinada. Apesar disto, nenhuma teve o trabalho escravo caracterizado.

Segundo o MPT, as pessoas que trabalham no descasque da mandioca - a maioria mulheres - ficam sentadas em bancos de madeira, sem altura ou suporte adequados para mãos e braços, com os joelhos cobertos com borracha ou um tecido mais grosso, onde apoiam a mandioca para corte e descasque. As facas utilizadas são extremamente amoladas e as trabalhadoras não utilizam luvas.

Na etapa em que a mandioca é prensada, também foram detectadas irregularidades. Em todas as unidades todas as máquinas foram interditadas porque não seguiam as normas regulamentadoras, oferecendo riscos de choque elétrico, corte e esmagamento de partes do corpo a quem as operava. Já os trabalhadores dos fornos em que a farinha é assada não utilizam equipamentos de proteção.

Veja na reportagem do "Por Dentro", da TV Jornal Interior: