Um incêndio de grandes proporções atingiu uma área florestal na divisa entre o município de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco, e Barra de São Miguel, na Paraíba, na noite dessa quinta-feira (15). A área atingida, que faz parte de fazendas particulares, tem mata nativa e preservada da Caatinga.
Viaturas do Corpo de Bombeiros de Toritama, bombeiros civis de Santa Cruz do Capibaribe, técnicos da Defesa Civil da Barra de São Miguel, voluntários do projeto Bichos da Caatinga, que contribui para a conscientização sobre o bioma além de moradores da região ajudaram no combate. Em um vídeo gravado no momento da ocorrência, o bombeiro civil identificado apenas como Jonas mostra o combate ao fogo. "Estamos aqui batalhando", relatou.
De acordo com o coordenador do projeto Bichos da Caatinga, Bruno Bezerra, não foi possível avaliar a área que o fogo atingiu, já que era madrugada quando o fogo foi controlado. Voluntários do projeto estão na manhã desta sexta-feira (16) no local para avaliar a situação.
Segundo ele, este é o sétimo ano consecutivo que a região do semiárido nordestino enfrenta uma seca severa. Nos últimos dois anos, foram registrados diversos incêndios florestais na região. Ele atribui a maior incidência de sinistros às mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. "Isso potencializa a seca. Qualquer coisa pode provocar um incêndio", explicou.
De acordo com o coordenador do projeto Bichos da Caatinga, espécies como tamanduá-mirim, gambá, tatu, guaxinim e teiú, que são característicos do único bioma exclusivamente brasileiro, são prejudicados com os incêndios. "Queimou uma área muito grande, vários animais devem ter morrido", lamentou.
Projeto Bichos da Caatinga
O projeto Bichos da Caatinga é um trabalho de colaboração, cocriação e curadoria, foramdo por amigos que realizam um trabalho colaborativo para colocar a Caatinga em evidência.
O grupo realiza expedições e trilhas fotográficas, faz monitoramento de fauna em locais estratégicos, soltura de animais e plantação de mudas de árvores nativas. O projeto faz ainda ações com o objetivo de desestimular o desmatamento e a caça e estimular a preservação da fauna e flora.