Saúde

Paciente de Gravatá morre com suspeita de meningite meningocócica

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 16/01/2019 às 10:25

Paciente foi levado inicialmente para o Hospital Dr. Paulo da Veiga Pessoa, em Gravatá
Foto: divulgação/Prefeitura de Gravatá

Um homem de 43 anos, morador da zona rural de Gravatá, no Agreste de Pernambuco, morreu com suspeita de meningite meningocócica. Caso seja confirmada, esta será a primeira morte por doença meningogócica no Estado no ano de 2019. De acordo com a coordenadora do Núcleo de Epidemiologia de Gravatá, Aline Lima, o homem deu entrada no hospital municipal apresentando febre alta, vômitos e rigidez na nuca no dia 4 de janeiro. Ele foi transferido para o Hospital Correia Picanço, no Recife, unidade de saúde referência neste tipo de doença, mas não resistiu e faleceu no dia 6 de janeiro.

Segundo Aline Lima, a causa da morte teria sido a meningite meningocócica. O paciente, de acordo com a coordenadora, já tinha o sistema imunológico baixo devido a problemas cardíacos, e não resistiu à infecção. Nove pessoas da família dele, que tiveram contato antes ou durante a infecção, tomaram a medicação profilática para prevenir a doença. Os funcionários do hospital que tiveram contato com ele também tomaram a medicação.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o caso está sendo investigado. De acordo com a secretaria, em 2018 foram 42 casos notificados de doença meningocócica, um aumento de 44% em relação a 2017, quando houve 29 notificações. Em relação aos confirmados, foram 28 em 2018 e 17 em 2017. No ano passado, foram quatro óbitos em 2018 e dois em 2017.

De acordo com o diretor geral de Controle de Doenças Transmissíveis da SES, George Dimech, apesar do aumento das notificações e confirmações em 2018, não há motivos para apreensão, já que foram registrados casos isolados, sem relação de localidade e período de ocorrência. "A doença meningocócica pode ocorrer durante qualquer período do ano. O papel do profissional de saúde é detectar precocemente um caso suspeito para que as ações de assistência ao paciente sejam tomadas. Além disso, há medidas profiláticas que devem ser adotadas para as pessoas que tiveram contato mais próximo com o caso suspeito, prevenindo, assim, possíveis surtos", explicou.

Caso investigado em Caruaru

Um outro caso foi notificado como suspeito em Caruaru, também no Agreste, no dia 9 de janeiro. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, uma mulher de 42 anos, moradora do Alto do Moura, foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade apresentando febre, dor de cabeça, vômitos e rigidez na nuca. Ela foi encaminhada para o Hospital Correia Picanço, no Recife. Por precaução, cinco adultos e duas crianças da família que tiveram contato com ela tomaram a medicação preventiva. O caso também segue sob investigação.

Vacina

A vacina contra a meningite C está disponível diariamente nos postos de saúde que têm sala de vacina. Na infância, a vacina meningocócica C deve ser aplicada aos três meses de vida e aos cinco meses. Aos 12 meses é feito um reforço, completando o ciclo em três doses. Para as crianças que não receberam o reforço aos 12 meses, a vacina poderá ser administrada até os quatro anos de idade. Na adolescência, para o público entre 11 e 14 anos, outro reforço em dose única deverá ser feita, para quem não tem histórico vacinal.