Investigação

Operação Pescaria: "Não tem nenhum elemento que comprove a existência física", diz delegado sobre empresa

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 21/02/2019 às 14:49

Polícia Federal e CGU investigam suposto esquema criminoso em licitações
Foto: reprodução/TV Jornal

O delegado da Polícia Federal, Márcio Tenório, confirmou nesta quinta-feira (21) que a empresa envolvida em um suposto esquema criminoso que fraudava licitações em Agrestina, no Agreste de Pernambuco, é fantasma.

"Para a polícia, é uma empresa de fachada. Ela foi criada tão somente para participar dos processos licitatórios e vencer, porque ela não tem nenhum funcionário registrado, não tem patrimônio, não tem veículos, a própria sede dela é uma sede fictícia e não tem nenhum elemento que comprove a existência física dela", afirmou o delegado.

A Operação Pescaria foi deflagrada nesta quinta-feira (21) pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). A CGU informou que os contratos firmados durante o exercício de 2018 entre a Prefeitura de Agrestina e a empresa investigada pela operação somaram mais de R$ 1,8 milhão. O valor do prejuízo aos cofres públicos será calculado no decorrer da apuração.

Foram cumpridos três mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão nas cidades de Agrestina, Garanhuns e Brejão, todas no Agreste. Os alvos são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em fraudes de licitações em Agrestina. Os processos licitatórios envolveriam a contratação de uma suposta empresa de fachada para a construção de unidades básicas de saúde, custeadas com recursos do Fundo Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde.

Segundo a PF, a empresa seria pertencente a um dos integrantes do esquema e não teria capacidade técnico-operacional. Em consequência, a execução das obras seria realizada por um terceiro desqualificado, também integrante do esquema criminoso. A suposta quadrilha também é investigada pela prática de atos de ocultação e dissimulação dos recursos envolvidos nas fraudes.

Crimes investigados

A investigação começou em novembro de 2018 e os crimes sob apuração são os de fraude à licitação, associação criminosa, falsidade ideológica, peculato e lavagem de dinheiro. As penas para estes crimes podem chegar a 46 anos de reclusão, além do pagamento de multas. A operação conta com a participação de 48 policiais federais, além de três auditores da CGU.

Veja na reportagem do "Por Dentro", da TV Jornal Interior: