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Rio Ipojuca: um gigante pernambucano

Rio tem 323 km de comprimento e corta 25 municípios

Giliard
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Publicado em 27/05/2019 às 17:29
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

Um gigante genuinamente pernambucano. Já deu nome a cidades, além de tornar-se ponto de referência e localização. Sertão, Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana são banhadas pelo rio Ipojuca, o segundo maior Pernambuco. Com 323 km de comprimento e cortando 25 municípios, o rio Ipojuca começa e acaba no Estado.

Durante a colonização portuguesa, 13 cidades formaram-se ao redor do rio, tendo a sua zona urbana imediatamente moldada pelo velho Ipojuca. Outros 12 municípios recebem a água na zona rural. Essas cidades desenvolveram-se através da riqueza oferecida naturalmente pela afluente.

No entanto, tanta grandeza não consegue ficar imune à ação do homem. Poluição, resquícios de inseticidas e despejos de esgoto afogam a flora do rio, que pede socorro. Diversas são as queixas de quem mora nas proximidades do fluxo de água: mau cheiro, insetos e abandono do poder público. No entanto, nem sempre foi assim.

Segundo Elpídio Magalhães, agricultor, a situação do rio era diferente em sua juventude. "Nós comíamos peixe daqui sem problema nenhum e para tomar banho não tinha mal cheiro. Não tinha lugar que a gente não tomasse banho. Era só chegar suado da roça e mergulhar dentro", comenta.

A afluente do rio encontra-se escondida. Uma placa no meio do mato em Arcoverde, no Sertão, aponta o local. Há 876 metros do nível do mar, o rio timidamente se forma em uma região marcada pela seca. Um obelisco indica o local.

Na zona rural de Pesqueira, local no qual o rio corta 14 km, a água já foi utilizada para abastecer a população. Na baixa durante o período de seca, o rio não atinge mais os consumidores. No entanto, para o povo da tribo Xukuru, o Ipojuca ganha ares de importância. Para eles, o rio é sagrado.

Há 876 metros do nível do mar, o rio timidamente se forma em uma região marcada pela seca.
Foto: Reprodução/TV Jornal Interior

De acordo com Gildo Xukuru, representante religioso da tribo, as águas devem ser preservadas. "O rio para a gente é muito forte. Dá sustentação ao nosso povo e as cidades vizinhas. Então, ele tem uma importância muito grande para a gente e é algo muito sagrado, tem que preservar, tem que ter muito cuidado", explica.

Deslocando-se para a zona urbana, na cidade de Sanharó, começam os primeiros sinais de poluição. Lá, o rio Ipojuca recebe o esgoto de quase 4 mil imóveis.

Entre locais de preservação e de poluição, o rio Ipojuca encontra um meio de continuar correndo. É a vida por um rio.

Acompanhe na reportagem de Luiz Carlos Fernandes, da TV Jornal Interior: