A Polícia Civil de Pernambuco emitiu uma nota nesta sexta-feira (19) afirmando que tem a estrutura necessária para desvendar o caso do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, em 10 de dezembro de 2015.
Mesmo mais de três anos após o crime, ninguém foi preso. De acordo com a Polícia Civil, o inquérito conta com 19 volumes e mais de 4 mil páginas com diligências sobre o caso que "desafia pela complexidade".
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Nessa quinta-feira (18), um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa de Alisson Henrique Carvalho, ex-prestador de serviços do colégio onde a criança foi assassinada. Ele é suspeito de ter apagado as imagens de câmeras de segurança da escola.
Na nota divulgada, a polícia diz ainda que Pernambuco tem uma das melhores taxas de resolução de homicídios do Brasil, 6,7 vezes maior que a média nacional.
A Polícia Civil afirmou que a delegada Polyana Neri foi designada para tratar exclusivamente do caso, com equipe de policiais e estrutura necessária, além de contar com o apoio do Ministério Público e da Diretoria de Inteligência da PCPE.
Também foi apontado como um dos avanços do caso a divulgação da imagem do suspeito, resultado do trabalho de peritos do Instituto de Criminalística para possibilitar a visualização das características do homem.
A polícia disse ainda que tem a "plena confiança" que o caso será elucidado, "trazendo justiça e paz para os familiares e amigos de Beatriz". Detalhes da investigação não podem ser repassados porque o trabalho corre sob segredo de justiça.
Protesto
Familiares da criança e amigos deles fazem um protesto nesta manhã em frente à delegacia de Polícia Civil que fica na sede do 5º Batalhão da Polícia Militar, em Petrolina.
Ainda nessa quinta-feira (18), a mãe da criança, Lucinha Mota, recebeu a informação de que Alisson - contra quem há um mandado de prisão preventiva expedido - estaria em casa e fez greve de fome para que a informação fosse averiguada.
Alisson está foragido desde dezembro do ano passado, quando foi decretada a prisão preventiva. Ele foi indiciado durante as investigações por falso testemunho e fraude processual.
"Nós não vamos parar, nós vamos continuar buscando Alisson onde ele estiver. Eu conto mais ainda com a ajuda das pessoas, que denuncie, e pode ter certeza que eu vou manter o anonimato", disse.
Relembre o caso
Beatriz Mota, então com 7 anos, foi assassinada com 42 facadas no dia 10 de dezembro de 2015, dentro de uma sala desativada no colégio particular em que estudava. A festa de formatura da irmã mais velha da criança era realizada na instituição de ensino e havia várias pessoas no colégio. Em um dado momento, a menina afastou-se dos pais para beber água e não voltou mais. O corpo foi encontrado cerca de 30 minutos depois.