Estiagem

Falta de chuvas deixa zona rural de Caruaru em situação de emergência

Este ano, a prefeitura gastou em seis meses o suficiente para abastecer a zona rural por um ano

Ana Maria Santiago de Miranda
Ana Maria Santiago de Miranda
Publicado em 06/08/2019 às 11:49
Reprodução/TV Jornal Interior
FOTO: Reprodução/TV Jornal Interior

A estiagem em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, fez com que a prefeitura decretasse situação de emergência na cidade. Apesar das chuvas das últimas semanas, a água não foi suficiente para encher os reservatórios de água nos quatro distritos rurais.

No Sítio Riacho Doce, o agricultor Rosinaldo Inácio relembra as chuvas de 10 anos atrás. "Quando tem um inverno normal que desce os riachos todos com água, que vai trazer água para os poços, os barreiros de pequeno porte e vai dar para chegar até as próximas trovoadas", conta.

Também agricultor, Severino Manoel se queixa do alto custo de quando não há chuvas suficientes: "Para nós fica mais difícil, a gente compra um balde d'água por R$ 2, durante a semana é R$ 10 que nós gastamos com água, aí é difícil encontrar esse dinheiro".

A quantidade de água armazenada na unidade de dessanilização não consegue atender à demanda dos moradores, assim como a água depositava em um reservatório na igreja da comunidade por caminhões-pipa, disponibilizados pela Secretaria de Desenvolvimento Rural de Caruaru e pelo Exército, através do Governo Federal.

"Essas chuvas não tem feito o acúmulo de água. É uma chuva fina, molha bem a terra, saiu bastante pasto, a gente teve muita terra arada, a gente plantou tendo esperanças. Se continuar chovendo agosto e início de setembro, a gente vai ter um bom lucro", pondera o agricultor Clauderson Oliveira.

Este ano, a prefeitura municipal gastou em seis meses o suficiente para abastecer a zona rural por um ano. De janeiro a junho, foram 3.741 caminhões pipa. Só em janeiro, foram 783 caminhões de água.

"A quantidade de chuvas ainda não atende ao dinamismo normal da produção agrícola e ao uso geral da população. Além de que, esse volume de chuvas não abasteceu suficiente barragens, cisternas e açudes", explica a secretária de Desenvolvimento Rural, Talita Figueroa.

O coordenador da Defesa Civil, Kleber Alexsander, acredita que os 180 dias do decreto de emergência devem ser pensados de forma macro. "Nós fazemos essa decretação para que a gente possa juntamente com o Governo Federal e o Ministério da Defesa, trazer água potável para atender essas comunidades tão necessitadas da zona rural", ressalta.